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TEMPO DE TELA: POR QUANTO TEMPO EU “PERCO” TEMPO?, por JONATHAN BRAZ DE SOUZA

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Jonathan Braz de Souza, colunista do Grupo Portal de Notícias e Portal Mariliense

E-mail: jonathan07101996@gmail.com

Biografia: Jonathan Braz é formado em Filosofia pela UNESP. Atualmente é pós-graduando em Filosofia pela mesma instituição. Apaixonado por música e jogos, busca trazer um pouco de reflexão sobre temas diversos.

É comum, ao olharmos para os arredores, seja ao realizar um passeio ou ir rumo a um compromisso ver diversas pessoas imersas em telas. Celulares, smartphones, tablets dominam o nosso tempo e a nossa atenção. Essas ferramentas, ao menos em nosso cotidiano, tornaram-se indispensáveis para a comunicação, o trabalho e o entretenimento. Apesar do uso, há pesquisas que apontam o uso excessivo dessas telas. A plataforma Electronics Hub, a partir da pesquisa Digital 2023: Global Overview Report, da Data Reportal, afirma que o Brasil é o segundo país que as pessoas mais utilizam telas. Segundo a pesquisa, 56,6% das horas acordadas são passadas em frente às telas, aproximadamente nove horas do dia.

A armadilha silenciosa das telas ressoam em nossa temporalidade. É comum ouvir de conhecidos que após finalizar uma determinada tarefa, torna-se comum pegar o celular e rolar o feed do Instagram ou do Youtube. Aquilo que deveria ser apenas um breve momento de entretenimento pode atravessar uma tarde, uma noite, ou até mesmo um dia inteiro. As telas são projetadas para nos capturar. Redes sociais, jogos e plataformas de streaming utilizam algoritmos que exploram nossa curiosidade e desejo de conexão, mantendo-nos engajados por horas a fio. A ironia é que, enquanto buscamos nos entreter ou nos distrair, frequentemente nos desconectamos do que realmente importa: nossas relações, nossos objetivos e até mesmo de nós mesmos. O tempo perdido diante de uma tela raramente é percebido como desperdício no momento. É fácil pensar “só mais um vídeo” ou “só vou conferir isso rapidamente” e, quando menos esperamos, horas se passaram. O impacto disso vai além da simples sensação de improdutividade; perdemos momentos que poderiam ser dedicados a experiências reais, como conversar com amigos, ler um livro, praticar um hobby ou simplesmente refletir sobre um assunto que nos apeteça.

O problema não está apenas nas telas, mas no modo como as utilizamos. A mesma tecnologia que consome nosso tempo pode ser uma ferramenta poderosa de aprendizado, conexão e produtividade, se usada de maneira consciente. É aqui que entra a necessidade de equilíbrio. Definir limites e estabelecer horários são formas de recuperar o controle sobre nosso tempo e ressignificar o uso das telas. Com o início de um novo ano, diversas são as promessas que fazemos para nós mesmos. Ingressar na academia, fazer/concluir um curso, aprender novas habilidades. Apesar desses inúmeros desejos, até que ponto a tela tem sido um aliado nessa empreitada. Longe de demonizar os aparelhos, ou até mesmo a rolagem de tela, a questão principal é: qual a sensação que tenho ao rolar o feed de determinada plataforma? Sinto algum arrependimento por passar horas a fio fazendo isso? Gostaria de alterar esse comportamento? Se a resposta for sim, talvez seja o momento de rever os seus hábitos. Caso for não, lembre-se: Se o produto é de graça, você é o produto.

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