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O atual alinhamento de planetas pode afetar a Terra? Cientistas explicam

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Observadores do céu, astrofotógrafos e amantes da astronomia em geral estão “fazendo a festa” neste início de ano. É que, durante os meses de janeiro e fevereiro, estão ocorrendo os chamados alinhamentos planetários.

O termo descreve o evento em que vários planetas se posicionam no mesmo lado do Sol, parecendo estar alinhados no céu terrestre. Naturalmente, como suas órbitas são inclinadas, os planetas nunca estão realmente formando uma linha reta.

Embora seja apenas uma ilusão da perspectiva de quem observa da Terra, o “desfile” de seis planetas (Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) ao mesmo tempo, como o ocorrido na terça-feira (21), é um espetáculo para os observadores.

Mas quem perdeu o “desfile” não precisa se preocupar, pois a oportunidade de observar os planetas alinhados persiste por um período. Além disso, a grande noite de alinhamentos planetários ocorrerá no dia 28 de fevereiro. Nesse dia, Mercúrio se juntará aos demais, compondo um raro alinhamento de sete planetas visíveis no céu. Para Jenifer Millard, astrônoma no Fifth Star Labs, no Reino Unido, “há algo especial em olhar para os planetas com seus próprios olhos”, afirma ela à BBC.

Segundo a comunicadora científica, “quando você olha para esses objetos, eles são fótons que viajaram milhões ou bilhões de quilômetros pelo espaço para atingir suas retinas”, conclui.

Quais os impactos dos alinhamentos planetários na Terra?

Os planetas nunca estão em uma linha reta durante uma alinhamento planetário • Valera268268/Pixabay

Mas, além de sua beleza visual, esses alinhamentos planetários têm algum valor científico? Podemos aprender algo novo sobre nosso Sistema Solar ao estudá-los? Qual o seu real impacto para a Terra?

Nenhum, diz Millard, tudo não passa de “uma coincidência que eles estejam nessa posição de suas órbitas”. No entanto, alguns cientistas argumentam que os alinhamentos planetários têm valor científico significativo. Entre as utilidades, citam a possibilidade de estudar as órbitas e movimentos planetários com maior precisão, além de ajudar a calibrar instrumentos astronômicos, como telescópios e outros equipamentos.

Finalmente, existe a chamada assistência gravitacional, uma técnica em que naves espaciais aproveitam a gravidade de um planeta para ganhar velocidade ou mudar de direção, economizando combustível.

Na verdade, os alinhamentos planetários têm efeitos gravitacionais reais, embora sutis na maioria das vezes. Ou seja, esses impactos são mínimos para a Terra e outros planetas, pois suas órbitas são principalmente determinadas pela gravidade solar. Um exemplo disso é a chamada “Grande Conjunção” entre Júpiter e Saturno, que ocorre a cada 20 anos, e pode causar pequenas perturbações nas órbitas de asteroides e cometas devido à força gravitacional combinada dos dois maiores planetas do Sistema Solar.

Na Terra, no entanto, a influência é puramente simbólica, sem qualquer impacto físico mensurável. Não há efeitos significativos na gravidade, clima ou geologia. Qualquer alegação contrária deve ser considerada pseudocientífica ou apenas fake news.

Uma carona bem-sucedida no alinhamento planetário

Espaçonave Voyager 1 da NASA é retratada neste conceito artístico viajando pelo espaço interestelar, ou o espaço entre as estrelas, no qual ela entrou em 2012
Conceito artísticos da Espaçonave Voyager 1 da NASA viajando pelo espaço interestelar • Nasa/JPL-Caltech

Em 1966, um cientista da Nasa chamado Gary Flandro propôs à agência aproveitar um raro alinhamento planetário dos quatro planetas mais distantes (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) em 1977, para vista-los todos de uma vez em apenas 12 anos.

Calculando que essa visita poderia durar 30 anos se os planetas não estivessem alinhados, a Nasa decidiu correr para lançar as espaçonaves Voyager 1 e 2, principalmente porque esse tipo de alinhamento só ocorre a cada 175 anos.

Aproveitando o alinhamento planetário, a Voyager 1 passou por Júpiter em 1979 e por Saturno em 1980, mas “pulou” Urano e Netuno porque os cientistas queriam dar uma “passadinha” por Titã, a lua de Saturno com nitrogênio e lagos de metano e etano líquidos.

Já a Voyager 2 usou o alinhamento para visitar todos os quatro planetas, tornando-se a única espaçonave da história a visitar Urano e Netuno, em 1986 e 1989, respectivamente. As duas sondas estão operacionais até hoje, a mais de 20 bilhões de quilômetros da Terra.

Alinhamentos planetários não são uma exclusividade do nosso Sistema Solar. Atualmente, astrônomos têm utilizado o fenômeno para descobrir e estudar exoplanetas, mundos distantes que orbitam estrelas além do Sol.

A principal maneira de encontrar esses planetas é o método de trânsito: quando um desses exoplanetas fica alinhado com a linha de visão da Terra, ele pode passar na frente de sua estrela, ao orbitá-la. Quando isso ocorre, o brilho da estrela diminui temporariamente, porque parte de sua luz é bloqueada pelo planeta. Medindo essa diminuição de luz, astrônomos conseguem inferir seu tamanho e até mesmo sua órbita.

Astronautas jamais poderão pousar no maior planeta do Sistema Solar

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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