spot_img
spot_img

Brasileiros deportados relatam agressões e maus-tratos em voo dos EUA

spot_img

Mais notícias

Brasileiros deportados dos Estados Unidos relataram problemas com alimentação, falhas técnicas em aeronave, maus-tratos e agressões no voo americano que pousou em Manaus.

Um grupo de 84 brasileiros repatriados desembarcou na noite deste sábado (25) no Aeroporto Internacional de Confins-Belo Horizonte.

Ao todo, o grupo era composto por 88 pessoas — quatro brasileiros ficaram em Manaus.

Matheus Henrique, de 22 anos, de Rondônia, disse que “foi mais difícil voltar do que ir” para os Estados Unidos.

“Sofremos um pouco de tortura lá dentro (do voo americano)”, afirmou. “A gente estava todo amarrado, preso: mãos, pés, barriga… Crianças estavam passando mal, desmaiando”, acrescentou.

Reabastecimento

O vigilante Jeferson Maia, também de Rondônia, afirmou que as agressões começaram em solo manauara.

A aeronave deveria pousar no Aeroporto de Confins na noite de sexta-feira (24), mas acabou parando em Manaus para reabastecer, segundo apurou a CNN.

Porém, enquanto abastecia, a aeronave passou a apresentar problemas técnicos no ar-condicionado, causando tumulto entre os passageiros.

Segundo Jeferson, alguns cidadãos brasileiros que falavam inglês fluentemente se dirigiram a agentes americanos para pedir para sair da aeronave, pedido este que foi recusado. Em seguida, eles foram agredidos.

“Eu fiquei sentado até chegar o meu limite, mas não aguentei mais. Eu pedi [para sair] para eles, e aí (um agente) me enforcou”, afirmou.

“Não tinha como manter a calma. Tinha crianças chorando”, acrescentou. O brasileiro relatou que não “comia direito” há 40 horas e não tomava banho há cinco dias.

As escadas de emergência do avião foram acionadas em meio ao tumulto, o que levou ao cancelamento do voo. Foram os próprios brasileiros os responsáveis por acionar o mecanismo, segundo relatos feitos à imprensa em Confins.

Maus-tratos

Luiz Fernando, do interior de Minas, estava há um ano e meio nos Estados Unidos. Detido há 40 dias no país, o brasileiro relatou que um compatriota chegou a receber um mata-leão e a desmaiar com o golpe.

“A gente se alimentou (no voo), mas não muito”, disse. “Eu fiquei muito abalado com o tratamento que eles deram. Meu Deus do céu… Nunca vi algo daquele jeito”, acrescentou.

Luiz Antônio, de 21 anos e que vivia, no Brasil, em Teófilo Otoni (MG), disse que os brasileiros foram tratados “como diziam que seriam tratados os imigrantes”. “Não podíamos falar nada”, afirmou.

Mais de um brasileiro relatou que, quando agentes da Polícia Federal (PF) quiseram entrar no voo em Manaus, os agentes americanos tentaram desalgemá-los.

“Foi a pior coisa que passei na minha vida”, disse Aelinton Cândido, de 43 anos, de Divinópolis (MG).

Presos

Brasileiros também relataram problemas desde a detenção em solo americano.

“Até os cachorros do Brasil estavam comendo melhor que a gente lá”, disse Lucas Gabriel, de Betim (MG), de 23 anos. Ele disse que estava há cinco anos nos EUA, trabalhando na construção civil, e que foi deportado após ser pego dirigindo sem carteira de motorista.

“Não faço isso nunca mais”, afirmou Carlos Vinícius, de 29 anos.

Natural de Vespasiano, na Grande BH, Carlos tentou entrar ilegalmente nos EUA, mas acabou sendo preso na fronteira com o México.

“Fui lá para ganhar a vida, pois aqui (Brasil) está difícil”, afirmou.

Ele relatou ter desembolsado cerca de 30 mil dólares para entrar nos EUA. Sem sucesso, ficou preso por oito meses, até a deportação.

Cobrança

Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores classificou o tratamento dispensado aos brasileiros como “degradante” e disse que questionará o governo de Donald Trump sobre o caso.

Na noite deste sábado (25), o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o superintendente interino da Polícia Federal no Amazonas, Sávio Pinzón, e com o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional, em Manaus, para colher relatos sobre o voo americano.

O grupo de deportados só partiu rumo a Minas Gerais após o governo brasileiro disponibilizar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportá-los, na manhã deste sábado.

Os brasileiros seguiram de Manaus e BH já desalgemados, após o Ministério da Justiça classificar o procedimento dos americanos como um “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”.

“Fomos bem tratados quando a PF tomou conta de nós. Fomos desalgemados, [tivemos] comida, colchão…”, afirmou Luiz Antônio.

A CNN entrou em contato com a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, representante dos interesses americanos no Brasil, pedindo um posicionamento sobre os relatos dos brasileiros.

Até o momento da publicação deste texto, não houve retorno. O espaço segue aberto para posicionamentos.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

Marília
nuvens quebradas
24.9 ° C
24.9 °
24.9 °
83 %
2.1kmh
75 %
seg
26 °
ter
29 °
qua
30 °
qui
29 °
sex
25 °

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

spot_img
spot_img
spot_img
spot_img

Últimas notícias