A influenciadora Laleska Alexandre, de 28 anos, morreu nesta quarta-feira (5) no município de Cariri (CE), por volta das 5 da manhã. Segundo prima, a jovem estava internada no Hospital Regional de Cariri, e a causa da morte foi choque séptico, em decorrência de uma infecção trompo-ovariana.
Karízia Temóteo, prima de Laleska, contou que a influenciadora se sentiu mal e deu entrada na UPA no domingo. A jovem foi transferida para o Hospital Regional de Cariri e passou por uma cirurgia de urgência de caráter exploratório, já que não foi possível fechar o diagnóstico por exames. Durante a cirurgia, a infecção foi constatada mas já estava em estágio avançado.
O que é uma infecção tubo-ovariana?
A infecção tubo-ovariana é uma complicação severa de um quadro chamado doença inflamatória pélvica (DIP). De acordo com o Manual MSD, considerado material de referência para médicos, a DIP “pode envolver o colo do útero, o útero, as tubas uterinas e/ou os ovários”. Ela ocorre como consequência da entrada de microorganismos pela vagina e colo do útero, subindo para o útero, tubas uterinas, ovários e peritônio.
Muitas vezes a DIP é relacionada ao microorganismos a Neisseria gonorrhoeae ou a Chlamydia trachomatis, relacionados à gonorreia e a clamídia, respectivamente, mas não necessariamente, como reforça o BMJ Best Practice, guia médico renomado, relacionado à revista científica de mesmo nome. Porém, o Manual MSD ainda reforça outros patógenos comuns: “Microrganismos vaginais, como Haemophilus influenzae, Streptococcus agalactiae, e bacilos Gram-negativos entéricos podem estar envolvidos na doença inflamatória pélvica, assim como Ureaplasma spp“.
Esse tipo de quadro costuma ser consequência de uma doença inflamatória pélvica não tratada anteriormente. Os sintomas do quadro inicial incluem:
- dor na parte inferior do abdômen;
- sangramento anormal;
- dor durante o sexo;
- corrimento vaginal.
No entanto, caso uma infecção mais grave se desenvolva, a paciente apresentará sinais como febre, dor pélvica pior em um lado e também no quadrante superior direito do abdômen. “No entanto, alguns casos não são diagnosticados devido à suavidade dos sintomas ou porque tanto os médicos quanto os pacientes podem não reconhecer esses sintomas como indicativos de uma condição grave”, considera a Livraria Nacional de Medicina dos Estados Unidos da América.
Como esse tipo de quadro é diagnosticado?
Normalmente, com o relato dos sintomas, os médicos podem pedir exames para descartar condições com sintomas parecidos, antes de seguir com a hipótese de doença inflamatória pélvica. Uma vez que a suspeita ocorre, podem ser feitos exames clínicos como testes de microorganismos, ou avaliações com imagens como ultrassonografia transvaginal, tomografia computadorizada pélvica e ressonância magnética pélvica.
No entanto, exames mais invasivos podem ser necessários. É o caso da videolaparoscopia, em que uma câmera com é introduzida no abdômen, permitindo a visualização mais clara do que estás havendo na região.
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*Com informações de Ana Julia Bertolaccini e Vitor Bonetsda, da CNN
Fonte: www.cnnbrasil.com.br