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Shiri Bibas: Hamas libera novo corpo de refém após identificação incorreta

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O Hamas liberou, na noite desta sexta-feira (21), um corpo que alegou ser o da refém israelense Shiri Bibas, cuja identificação incorreta em uma entrega esta semana ameaçou desestabilizar o frágil acordo de cessar-fogo em Gaza.

Autoridades médicas de Israel informaram que equipes forenses estavam se preparando para examinar o corpo, que o Hamas transferiu pela Cruz Vermelha, e confirmar sua identidade.

O grupo militante palestino concordou, na quinta-feira (20), em entregar os corpos de Shiri Bibas e seus dois filhos pequenos Kfir e Ariel, juntamente com os restos mortais de um quarto refém, sob o cessar-fogo que interrompeu os combates em Gaza desde o mês passado.

Quatro corpos foram entregues e as identidades dos meninos Bibas e do outro refém, Oded Lifshitz, foram confirmadas. Especialistas israelenses, no entanto, disseram que o quarto corpo era de uma mulher não identificada, e não de Shiri Bibas, que foi sequestrada junto com seus filhos e seu marido, Yarden, durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.

Basem Naim, um membro do braço político do Hamas, disse que “erros infelizes” podem ocorrer, especialmente porque o bombardeio de Israel misturou os corpos de reféns israelenses e palestinos, milhares dos quais ainda estavam enterrados nos escombros.

“Confirmamos que não é de nossos valores ou de nosso interesse manter quaisquer corpos ou não cumprir os convênios e acordos que assinamos”, declarou ele em um comunicado.

A falha em entregar o corpo correto e a entrega pública encenada dos quatro caixões na quinta-feira causaram indignação em Israel e atraíram uma ameaça de retaliação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

“Agiremos com determinação para trazer Shiri para casa junto com todos os nossos reféns – vivos e mortos – e garantir que o Hamas pague o preço total por essa violação cruel e maligna do acordo”, afirmou o premiê em uma declaração em vídeo.

O Hamas disse em novembro de 2023 que as crianças e sua mãe foram mortas em um ataque aéreo israelens.e. Ismail Al-Thawabta, diretor do escritório de mídia do governo de Gaza administrado pelo Hamas, disse que Netanyahu “tem total responsabilidade por matá-la e a seus filhos”.

Mas os militares israelenses disseram que avaliações de inteligência e análises forenses dos corpos das crianças Bibas indicaram que elas foram deliberadamente mortas por seus captores. O porta-voz militar chefe Daniel Hagari disse que os meninos foram mortos pelos militantes “com as próprias mãos”, mas não deu detalhes.

O Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que não tinha informações próprias sobre as mortes de reféns e pediu uma investigação eficaz sobre as causas.

“O retorno dos restos mortais dos falecidos é uma meta humanitária básica”, afirmou o escritório.

O incidente ressaltou a fragilidade do acordo de cessar-fogo alcançado com o apoio dos EUA e com a ajuda de mediadores do Catar e do Egito no mês passado.

Troca de sábado

Conforme o acordo estabelecido entre as partes, seis reféns vivos ser libertados no sábado (22) em troca de 602 prisioneiros e detidos palestinos. Com a troca, o início das negociações para uma segunda fase do cessar-fogo é esperado para os próximos dias.

“O Hamas deve devolver os reféns conforme acordado no cessar-fogo – os vivos e os mortos”, disse o porta-voz militar israelense Nadav Shoshani em uma declaração na plataforma de mídia social X. “Eles têm que trazer Shiri de volta e têm que libertar os seis reféns vivos esperados para amanhã.”

O gabinete de Netanyahu confirmou que foi oficialmente informado dos nomes dos reféns a serem libertados, o que fontes do Hamas disseram que era esperado por volta das 8h30.

À medida que a tensão sobre o cessar-fogo em Gaza aumentava, Netanyahu ordenou que o Exército israelense intensificasse as operações em outro território palestino, a Cisjordânia ocupada, depois que uma série de explosões destruíram ônibus vazios em seus depósitos perto de Tel Aviv.

Não houve relatos de vítimas, mas as explosões foram um lembrete da campanha de ataques suicidas no transporte público que matou centenas de civis israelenses durante a Segunda Intifada no início dos anos 2000.

“Eles fazem piadas de nós”

Tanto Israel quanto o Hamas acusaram repetidamente o outro de violações do cessar-fogo, com o Hamas ameaçando atrasar a libertação de reféns pelo que disse ser a recusa de Israel em permitir materiais de habitação e outra ajuda em Gaza, uma acusação que Israel negou.

A Cruz Vermelha disse à Reuters que estava “preocupada e insatisfeita” que a entrega dos corpos não tivesse sido conduzida de forma privada e digna.

“É como se eles fizessem piada de nós”, disse a israelense Ilana Caspi, de 75 anos. “Estamos muito tristes e isso é ainda mais.”

Um dos principais grupos que representam as famílias de reféns disse estar “horrorizado e devastado” com a notícia de que o corpo de Shiri Bibas não havia sido devolvido, mas pediu que o cessar-fogo continuasse para trazer de volta todos os 70 reféns que ainda estavam em Gaza.

“Salve-os deste pesadelo”, disse o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas em um comunicado.

Apesar da indignação com Shiri Bibas, não houve nenhuma indicação de que Israel não participaria das negociações sobre uma segunda fase do acordo de cessar-fogo.

O jornal Israel Hayom relatou que os negociadores israelenses estavam considerando buscar uma extensão dos 42 dias de cessar-fogo, para adiar a passagem para uma segunda fase, que envolveria negociações sobre questões difíceis de resolver, incluindo o fim da guerra e o futuro do Hamas em Gaza.

Saiba quais países estão envolvidos no conflito Israel-Hamas

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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