A sociedade contemporânea experimenta uma longevidade sem precedentes, um fenômeno que tem desafiado as percepções tradicionais sobre o envelhecimento e o propósito de vida.
Esta foi a reflexão central apresentada pelo historiador Leandro Karnal durante sua participação no programa CNN Sinais Vitais deste sábado (22).
Karnal destacou a existência das chamadas “Blue Zones”, regiões como a Ilha de Okinawa, Sardenha, Ilha de Icária, Costa Rica e Loma Linda na Califórnia, onde é comum encontrar pessoas centenárias. O historiador levantou uma questão crucial: “O que fazer com esta vida que se apresenta à nossa frente?”
A subjetividade do tempo e da idade
O filósofo Mário Sérgio Cortella, aos 71 anos, trouxe uma perspectiva pessoal ao debate. Ele compartilhou que não se sente tão idoso quanto seu pai aparentava ser antes de falecer aos 61 anos.
“Isso significa que essa extensão da vida, ela acontece também do ponto de vista subjetivo”, observou Cortella, ressaltando que a percepção interna do tempo vital também se modificou.
Karnal, por sua vez, refletiu sobre como as regras sociais nem sempre acompanham essa nova realidade. Ele mencionou que, aos 60 anos, passou a ter direito à fila preferencial, mesmo mantendo uma rotina ativa que inclui corridas diárias de oito quilômetros.
A discussão também abordou como as gerações anteriores encaravam o envelhecimento. Karnal recordou sua avó, que aos 45 anos já se apresentava como uma “matrona”, sempre vestida de preto e com uma perspectiva de vida mais limitada. Este contraste evidencia como a sociedade evoluiu em sua compreensão e expectativas sobre o envelhecimento.
Os comentários de Karnal e Cortella iluminam uma transformação significativa na sociedade: a extensão da vida não apenas em termos físicos, mas também na forma como as pessoas se percebem e são percebidas em diferentes fases da vida.
Esta nova longevidade apresenta desafios e oportunidades, convidando a uma reflexão profunda sobre como aproveitar melhor os anos adicionais de vida que a ciência e os avanços sociais nos proporcionaram.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
