O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira (24) uma resolução elaborada pelos Estados Unidos sobre o terceiro aniversário da invasão da Rússia à Ucrânia que adota uma posição neutra em relação ao conflito, conforme o presidente americano, Donald Trump, tenta mediar um acordo de paz.
O conselho com 15 integrantes não conseguiu tomar uma medida sobre o conflito na Ucrânia porque a Rússia tem poder de veto. A resolução dos EUA recebeu 10 votos a favor. França, Reino Unido, Dinamarca, Grécia e Eslovênia se abstiveram.
“Essa resolução nos coloca no caminho da paz. É um primeiro passo, mas um passo crucial, do qual todos deveríamos ter orgulho”, disse a embaixadora interina dos EUA na ONU, Dorothy Shea, ao conselho.
“Agora precisamos usá-la para construir um futuro pacífico para Ucrânia, Rússia e a comunidade internacional”, acrescentou.
A resolução lamenta a perda de vidas no conflito “Rússia-Ucrânia”, reitera que o propósito da ONU é manter a paz internacional e resolver disputas pacificamente e pede um fim rápido e paz duradoura.
As tentativas de mediação de Trump deixaram aliados europeus e a Ucrânia cautelosos com o foco na Rússia e preocupados que eles possam ser excluídos de negociações de paz.
A embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, disse ao conselho que os termos de paz na Ucrânia são importantes e precisam “enviar uma mensagem de que a agressão não compensa”.
“É por isso que não pode haver equivalência entre Rússia e Ucrânia em como esse conselho se refere a esta guerra. Se formos encontrar um caminho para a paz sustentável, o conselho precisa ser claro sobre as origens da guerra”, ela afirmou.
Assembleia Geral adotou duas resoluções
Mais cedo, a Assembleia Geral da ONU, composta por 193 integrantes, rejeitou a tentativa dos EUA de enfraquecer a posição de longa data do órgão mundial, que apoia a soberania, a independência, a unidade e a integridade territorial da Ucrânia e pede uma paz justa, duradoura e abrangente, de acordo com a Carta da ONU.
A Assembleia Geral adotou duas resoluções, uma elaborada pela Ucrânia e pelos europeus e outra elaborada pelos EUA, que foi emendada pela assembleia para incluir a linguagem de apoio à Ucrânia. As votações deram à Ucrânia e aos países europeus uma vitória diplomática sobre Washington.
“Essa guerra nunca foi apenas sobre a Ucrânia. É sobre o direito fundamental de qualquer país existir, escolher seu próprio caminho e viver livre de agressões”, disse a vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Mariana Betsa, à assembleia antes da votação.
A resolução elaborada pelos EUA que acabou emendada recebeu 93 votos a favor e oito contra, com 73 abstenções. A Rússia não conseguiu emendar o texto dos EUA para incluir uma referência às “causas fundamentais” do conflito.
A resolução elaborada pela Ucrânia e pelos países europeus foi aprovada com 93 votos a favor, 65 abstenções e 18 votos contrários. Juntamente com os Estados Unidos, outros países que votaram contra foram a Rússia, a Coreia do Norte e Israel.
“Hoje, nossos pares americanos viram que o caminho para a paz na Ucrânia não será fácil, e haverá muitos que tentarão garantir que a paz não chegue pelo maior tempo possível. Mas isso não deve nos impedir”, disse o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, à assembleia.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br