O comentarista Caio Coppolla e o advogado Alessandro Soares discutiram, nesta terça-feira (25), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a demissão de Nísia Trindade do Ministério da Saúde expõe o “erro” citado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na semana passada, o chefe do Executivo mencionou que “erra de vez em quando” na escolha de um “ministro de qualidade”.
Nísia vinha enfrentando pressões para imprimir um viés mais político à pasta e concretizar entregas consideradas prioritárias por Lula. Em seu lugar, Alexandre Padilha, atual ministro das Relações Institucionais, assumirá a Saúde.
Coppolla acredita que, com Nísia Trindade comandando o ministério, áreas de políticas públicas geralmente bem-sucedidas no país, como combate à dengue, não mostraram “resultado concreto”.
“Então você tem aí esses retrocessos em políticas públicas que costumam ser bem-sucedidas no Brasil, enfrentamento à dengue, vacinação pública, esse tipo de coisa, e uma dificuldade de mostrar um resultado concreto em uma pasta que tem orçamento multibilionário”, disse o comentarista. “Acredito que a ideia esteja muito mais relacionada a colocar uma liderança ministerial capaz de transformar a ação em impacto político”, prosseguiu.
Já Alessandro Soares pensa que a fala do presidente não foi voltada à Nísia, e ressalta a cobiça pela pasta, seja por parte de aliados da base governista ou pela oposição.
“É difícil dizer. O comentário realizado pelo presidente Lula diz respeito à outra situação”, opinou Soares.
“De todo modo, o que temos de situação concreta: o Ministério da Saúde é um ministério extremamente importante e muito cobiçado por partidos, por forças políticas, por aliados, não aliados. Todo mundo tem um certo desejo pelo Ministério da Saúde, porque tem uma política pública extremamente importante no caso do país, o SUS, os recursos que tem nesse ministério”, finalizou.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br