A Europa enfrentou as inundações as maiores inundações no ano passado desde 2013, com 30% da rede fluvial do continente atingida por enchentes significativas, afirmaram cientistas nesta terça-feira (15), enquanto as mudanças climáticas causadas pelos combustíveis fósseis, continuaram a provocar chuvas torrenciais e outros eventos climáticos extremos.
As inundações mataram pelo menos 335 pessoas na Europa em 2024 e afetaram mais de 410 mil, informaram o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia e a Organização Meteorológica Mundial em um relatório conjunto sobre o clima europeu.
A Europa Ocidental foi a mais afetada, com 2024 entre os dez anos mais chuvosos da região, desde 1950.
Tempestades e inundações são os eventos climáticos extremos mais custosos da Europa, causando danos superiores a 18 bilhões de euros no ano passado.
Globalmente, 2024 foi o ano mais quente do mundo desde o início dos registros, bem como o mais quente para a Europa — o continente que mais aquece o planeta.
O planeta está agora cerca de 1,3 grau Celsius mais quente do que em tempos pré-industriais, principalmente devido às mudanças climáticas causadas pelo homem.
“Cada fração adicional de grau de aumento de temperatura importa porque acentua os riscos para nossas vidas, para as economias e para o planeta”, disse a Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo.
O relatório destacou pontos positivos, incluindo o fato de que as fontes de energia renováveis produziram um recorde de 45% da energia da Europa em 2024, enquanto a maioria das cidades europeias tem planos em andamento para se adaptar melhor às mudanças climáticas.
Mas extremos climáticos foram registrados em todo o continente.
O sudeste da Europa teve sua onda de calor mais longa já registrada, totalizando 13 dias, enquanto as geleiras da Escandinávia encolheram nas maiores taxas já registradas, e o estresse por calor aumentou em todo o continente.
Grande parte da Europa Oriental foi atingida pela falta de chuva e pela seca, enquanto inundações devastaram a Europa Ocidental.
Quase um terço da rede fluvial da Europa ultrapassou o limite de inundação “alta”, enquanto 12% ultrapassaram os níveis de inundação “severa” em 2024.
As inundações devastadoras em Valência, no final de outubro, foram responsáveis pela maior parte das vidas perdidas e dos danos econômicos causados por inundações na Europa, com 232 mortos no desastre.
Em setembro, a tempestade Boris despejou a chuva mais forte já registrada na Europa Central em países como Áustria, República Tcheca, Alemanha e Eslováquia.
Cientistas confirmaram que as mudanças climáticas tornaram essas chuvas mais prováveis, pois uma atmosfera mais quente pode reter mais água, resultando em chuvas intensas.
O vapor d’água atmosférico atingiu um recorde histórico em 2024.
Outros fatores que influenciam as inundações incluem a gestão dos rios e o planejamento urbano, que determina se casas e infraestrutura serão construídas em áreas propensas a inundações.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br