Graciela Meraviglio foi costureira das batinas do papa Francisco antes mesmo de ele assumir como líder da Igreja Católica. Em entrevista exclusiva à CNN, ela revelou que Francisco não queria ser pontífice.
Meraviglio relatou que conheceu o papa por volta de 1990. Segundo a costureira, ele estava em uma mesa muito austera, feita de madeira, com uma figura de São José. Estava lendo um livro, usando calças, um clérgima e um suéter.
Após ela ter se apresentado e comentado que era alfaiate eclesiástica, Francisco respondeu: “Você? Esperei uma pessoa mais velha vir e fazer uma batina para mim. Mas por que você vai fazer uma batina para mim?”.
A costureira reforçou que precisava fazer a batina, mas o padre se recusava, a chamando de “cigana” e pontuando que nunca usaria batina e que não precisava disso.
“E então meu relacionamento com ele começou com uma briga. Ele era uma pessoa que confrontava muito e que iniciava debates”, ressaltou.
“Eu fiz para ele a primeira batina e ele me disse: ‘para que eu vou usar isso?’. E eu lhe disse: ‘por que você vai ser monsenhor. Você será nomeado monsenhor em Buenos Aires’. Era dia 27 de novembro que ele deveria vir. Ele quase desmaiou”, adicionou.
A costureira comentou ainda em entrevista à CNN que fez batina de monsenhor, cardeal e a de papa, mas que então Francisco só aceitou ajustes, mesmo que ela se oferecesse para fazer uma roupa nova.
Relembrando outra conversa com Francisco, Meraviglio comentou: “E ele discutia comigo de novo e dizia: ‘não, não, eu não vou ser papa, eu não quero. Por que você quer que eu seja papa?’. ‘Eu não quero’, eu disse a ele, ‘eu acho, eu tenho um pressentimento’”.
“E bem, quando lhe deram um nome, e ficou conhecido no mundo inteiro que era ele, ele me ligou e disse: você não é mais uma cigana, você é uma bruxa agora, ele me disse”, acrescentou.
Por fim, Meraviglio ressaltou que Francisco disse que ela seria a única que poderia fazer as batinas, porque ela conhecia os “defeitos” dele.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br