Durante séculos, os líderes da Igreja Católica Romana foram escolhidos no Vaticano em reuniões privadas conhecidas como conclaves.
A votação é realizada a portas fechadas, e o sigilo é rigorosamente guardado. A Capela Sistina, onde ocorre a eleição, é verificada em busca de câmeras e microfones escondidos, e os cardeais não têm permissão para falar sobre os procedimentos com ninguém de fora do grupo. Se o fizerem, podem ser excomungados.
Não se pode entrar na Capela Sistina, porém fiéis e jornalistas ficam sabendo do resultado por meio da cor da fumaça que sai do telhado do Vaticano.
As cédulas são queimadas após as votações, uma vez pela manhã e uma vez à tarde.
Caso um papa não tenha sido escolhido, as cédulas são queimadas junto com um produto químico que deixa a fumaça preta.
No entanto, se a fumaça que sair do telhado for branca, isso significa que os católicos do mundo terão um novo chefe da Igreja.
O momento é sempre de muita festa para os milhares de fiéis que esperam o processo no Vaticano.
Tradicionalmente, cerca de 30 a 60 minutos após a fumaça branca, o novo papa aparecerá na sacada com vista para a Praça de São Pedro.
O novo pontífice então falará brevemente e fará uma oração. Dias depois da eleição, o papa assume formalmente o cargo.
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Cardeais se reúnem no Vaticano para participar do Conclave para a eleição de um novo Papa na Capela Sistina em 12 de março de 2013 • L’Ossservatore Romano – Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images
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Missa final, Pro Eligendo Romano Pontifice, acontece na Basílica de São Pedro, antes de começar o Conclave para decidir quem será o próximo Papa, em 12 de março de 2013 na Cidade do Vaticano • Franco Origlia/Getty Images
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Cardeais entraram para o Conclave secreto em 12 de março de 2013 no Vaticano • MAURIX/Gamma-Rapho via Getty Images
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Votação no Conclave acontece em meio a rituais e tradições. Na imagem, o cardeal italiano Angelo Sodano comparece à missa na Basílica de São Pedro, antes de entrarem no conclave para decidir quem será o próximo Papa, em 12 de março de 2013. • Franco Origlia/Getty Images
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Fumaça preta sai de uma chaminé no telhado da Capela Sistina, indicando que o Colégio dos Cardeais falhou em eleger um novo Papa em março, durante o segundo dia do Conclave, no Vaticano. • Alessandra Benedetti/Corbis via Getty Images
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Fumaça branca é vista do teto da Capela Sistina, indicando que o Colégio dos Cardeais elegeu um novo Papa em 13 de março de 2013 na Cidade do Vaticano. • Peter Macdiarmid/Getty Images
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Um novo Papa é anunciado. Na imagem, o recém-eleito Papa Francisco I aparece na sacada central da Basílica de São Pedro em 13 de março de 2013 na Cidade do Vaticano. • Franco Origlia/Getty Images
Mas afinal, como a fumaça é feita?
O Vaticano revelou a ciência por trás dos sinais de fumaça que informam ao mundo se um papa foi eleito, segundo uma reportagem da Reuters em 2013.
No conclave de 2005 que elegeu o Papa Bento XVI, a cor da fumaça às vezes apresentava vários tons de cinza, o que causava confusão.
Mas no conclave de 2013, que elegeu Jorge Bergoglio — o papa Francisco — as duas emissões de fumaça foram uma nuvem preta que não deixou dúvidas de que os cardeais reclusos na Capela Sistina falharam em eleger um pontífice.
O Vaticano disse que a fumaça preta foi produzida por uma mistura de perclorato de potássio, enxofre e antraceno, que é um componente do alcatrão de hulha.
A fumaça branca que eventualmente anunciará ao mundo a eleição de um novo pontífice será produzida por uma mistura de clorato de potássio, lactose e uma resina de pinheiro, também conhecida como piche grego.
De acordo com a Reuters, citando o Vaticano, há dois fogões na Capela Sistina, no local onde os cardeais votam, e ambos estão presos a uma única chaminé de cobre que leva ao teto.
O primeiro fogão, feito de ferro fundido e usado em todos os conclaves desde 1939, é utilizado para queimar as cédulas de papel de votação dos cardeais.
O segundo fogão é eletrônico, com uma chave, um botão vermelho para ligar e sete pequenas luzes indicadoras de temperatura. Cargas são acesas eletronicamente em seu interior, liberando fumaça branca ou preta por cerca de sete minutos.
Para melhorar a tiragem, a chaminé é pré-aquecida com corrente elétrica e um ventilador que ajuda a impulsionar a fumaça para cima.
No conclave de 2005, o Vaticano disse que o grande sino da Basílica de São Pedro deveria ter sido tocado junto com a fumaça branca para garantir à multidão que esperava que um papa havia sido eleito.
Mas a pessoa no telhado da Basílica de São Pedro se recusou a tocar o sino por cerca de 15 minutos porque não havia recebido a ordem diretamente de seu superior.
Um livro sobre o Vaticano relatou que ele recebeu a ordem de um guarda suíço e estava com medo de que pudesse ser uma notícia falsa.
Com informações da Reuters.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br