O ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello, preso na madrugada desta sexta-feira (25) e condenado por um esquema de corrupção na empresa de combustíveis BR Distribuidora, é ligado a vários escândalos. Um deles envolve a Casa da Dinda, mansão em Brasília que foi sua residência oficial durante o período à frente da Presidência da República.
A casa está localizada no Lago Norte, um dos bairros maior renda per capita do país, e foi comprada pelo pai do ex-presidente, Arnon Afonso de Farias Mello, em 1964.
O terreno tem cinco mil metros quadrados, heliporto, jardins amplos, cachoeiras artificiais e fica às margens do Lago Paranoá.
A Casa da Dinda foi citada durante o processo de impeachment de Collor porque a reforma dos jardins da mansão, orçada em US$ 2,5 milhões, teria sido paga com dinheiro de contas fantasmas controladas por PC Farias, o tesoureiro da campanha do ex-presidente.
Em 2022, a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, confirmou a condenação de Collor por uso indevido da cota parlamentar, determinando que o ex-presidente devolvesse dinheiro público usado para cobrir gastos com serviços como segurança, portaria, jardinagem e limpeza no imóvel.
Em 2017, uma reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” mostrou que um dos principais símbolos do governo do ex-presidente tinha despesas mantidas com verba do Senado. Na época, o político gastou cerca de R$ 40 mil mensais de sua cota parlamentar com segurança, conservação, limpeza e jardinagem na propriedade de sua família.
Na avaliação do colegiado, foi comprovado que os serviços contratados possuíam “relação direta” com a vida privada e familiar de Collor e não com a atividade parlamentar.
Em 2015, a Polícia Federal (PF) apreendeu três veículos de luxo na Casa da Dinda: uma Ferrari vermelha, um Porsche preto e uma Lamborghini prata. A ação já fazia parte das investigações da Operação Lava Jato, que apontavam a ligação de Collor com esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro.
A prisão desta sexta-feira foi um desdobramento da Lava Jato, cuja força tarefa foi encerrada em 2021 após sucessivas anulações no Judiciário.
Collor foi condenado pelo STF em maio de 2023 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber propina para influenciar contratos entre a BR Distribuidora e a construtora UTC, do empreiteiro Ricardo Pessoa, um dos principais delatores da Lava Jato.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br