Em um cenário de tensão internacional, Donald Trump busca mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia, tentando conciliar os interesses divergentes de Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. A situação ganha destaque em uma semana considerada decisiva para as negociações.
O anúncio de um cessar-fogo de três dias por parte da Rússia, coincidindo com as celebrações do Dia da Vitória em 9 de maio, abre uma janela de oportunidade para diálogos, afirma Alberto Pfeifer, coordenador do Grupo de Análise em Estratégia Internacional da USP. Este feriado militar russo é de grande importância, mobilizando a população em homenagem aos combatentes que perderam suas vidas em conflitos passados.
Demandas conflitantes
Do lado ucraniano, a principal exigência é o restabelecimento do controle territorial e das fontes de energia, um cenário que parece distante no momento atual. Já a Rússia mantém sua agenda focada em diversos pontos, como o reconhecimento da Crimeia como território russo; a aceitação do domínio russo sobre quatro regiões do leste ucraniano; o impedimento do ingresso da Ucrânia na OTAN; a desmilitarização da Ucrânia; o controle das fontes de energia; e o respeito à cultura, língua e religião russa dentro do território ucraniano.
Pfeifer explica que a conciliação destas pautas se mostra um desafio significativo. No entanto, Trump demonstra otimismo, apostando na atuação de seus emissários, incluindo o secretário de Estado Marco Rubio, para encontrar uma solução que satisfaça todas as partes envolvidas.
Impacto global e frente asiática
O conflito entre Rússia e Ucrânia tem ramificações que vão além do cenário europeu. A participação da China, oferecendo apoio econômico e militar à Rússia, adiciona complexidade à situação. Além disso, a cooperação militar entre Rússia e Coreia do Norte, iniciada em junho de 2024, trouxe novos elementos ao conflito.
A presença de tropas norte-coreanas na frente de batalha em Kursk estabeleceu uma proximidade inédita entre Rússia e Coreia do Norte. Esta aliança tem potencial para afetar o equilíbrio na região asiática, especialmente considerando a tensão persistente entre as Coreias.
Pfeifer ainda destaca que as próximas semanas serão cruciais para determinar o rumo das negociações e o possível reequilíbrio das forças globais.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br