A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu nesta sexta-feira (21) que a primeira-dama, Janja da Silva, ganhe um cargo “honorífico” no governo sem remuneração. Segundo ela, isso permitiria que a primeira-dama pudesse prestar contas de suas atividades e evitar ser alvo de críticas.
“Eu defendo sim, que tenha um ponto de um cargo honorífico. Ela [Janja] não vai receber nada, seja isso legalizado, porque importante para que ela possa prestar contas, falar. Eu não vejo problema nenhum. E acho que é importante ela ter condições de atuar, ela é a companheira do presidente da República, ela tem um peso social importante”, disse Gleisi.
A ministra mencionou que primeiras-damas também costumam ter função de representação do Estado. Segundo ela, formalizar a atuação pública de Janja com uma função seria importante.
Para a ministra, as críticas contra Janja são injustas e têm “um peso muito grande de “machismo”. Neste ano, integrantes da oposição apresentaram no Congresso pedidos de informação sobre a agenda, os gastos e as viagens ao exterior da primeira-dama.
“É muita injustiça o que fazem com a Janja com esses pedidos de informação e com esses ataques”, disse Gleisi. Ao comentar as ações da oposição, a ministra mencionou o caso do programa Pátria Voluntária, coordenado por Michelle Bolsonaro no governo anterior.
A iniciativa foi alvo de análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou possíveis irregularidades nas ações comandadas por Michelle. Segundo auditoria do TCU, o programa carecia de previsões constitucionais e legais para captação e gestão de recursos privados, recebidos por doações.
“Criaram um programa para ela [Michelle] que tinha umas 50 pessoas, tinha uma estrutura imensa com gasto de recursos públicos e uma confusão danada, inclusive, de dinheiro, cartão e conta. Esse pessoal do Bolsonaro não tem moral para vir para cima da Janja. Acho muita injustiça. E, claro, tem um peso muito grande de machismo”, afirmou Gleisi.
Nesta sexta-feira, Pesquisa PoderData mostrou que metade (50%) dos 83% dos brasileiros que dizem conhecer bem ou terem ouvido falar de Janja desaprovam sua participação no governo.
Dos participantes, 29% aprovam a atuação de Janja no governo Lula e 21% não souberam responder. O percentual de desaprovação oscilou 3 pontos para cima em seis meses, dentro da margem de erro da pesquisa.
O levantamento foi realizado entre 15 e 17 de março de 2025 e ouviu 2.500 eleitores por ligação telefônica. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br