O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, afirmou nesta quinta-feira (20) em entrevista ao programa WW, da CNN, que o ex-presidente “não participou e não deu aval” a um plano de golpe de Estado.
A declaração foi feita horas após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar o sigilo sobre as imagens da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro durante o período do mandatário na presidência da República.
Cid afirmou ao delegado que conduziu as audiências que Bolsonaro chegou a ter acesso a um documento que pedia a realização de novas eleições após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. O documento também pedia, supostamente, a prisão do ministro Alexandre de Moraes.
“Não participou e não deu aval [a um plano de golpe]. Isso está evidenciado. Se pegar a delação do Cid, que é suspeita, para dizer o mínimo e usar uma expressão elegante, nem ele diz isso. O problema é que há uma tendência em separar alguns trechos retirando-os do contexto”, afirmou Vilardi.
O advogado também afirmou que a defesa do ex-presidente tem enfrentado “muitas dificuldades”. Nesta quinta, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou um pedido feito pela defesa de Bolsonaro para que seus advogados tivessem prazo de 83 dias para responder à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A PGR acusa o ex-presidente de ter liderado uma organização criminosa que planejou e tentou executar um golpe de Estado. A defesa de Bolsonaro alegou que a acusação foi feita após 83 dias de análise e pediu o mesmo prazo. Moraes negou e determinou que a resposta seja feita em 15 dias.
“Espero que o Supremo faça um julgamento técnico, um julgamento justo, um julgamento que contemple o direito de defesa”, disse Vilardi ao WW.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br