A China reagiu, nesta terça-feira (4), às tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificando a tensão na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Segundo o analista sênior de Internacional da CNN Américo Martins, a retaliação chinesa foi estratégica e demonstra a capacidade do país asiático de enfrentar as medidas protecionistas americanas.
De acordo com Américo, a China, como segunda maior economia mundial, tem condições de retaliar os Estados Unidos e poderia até obter vantagens em uma eventual guerra comercial.
“A China poderia se apresentar como um parceiro comercial mais propenso a seguir as regras comerciais acertadas, substituindo produtos americanos”, explicou o analista.
Medidas inteligentes e simbólicas
Entre as ações anunciadas pela China, destacam-se o aumento de taxas sobre carros de luxo americanos de alta cilindrada e sobre minerais raros, essenciais para a indústria de tecnologia.
Essas medidas foram consideradas “inteligentes” por Américo, pois atingem setores estratégicos e simbolizam as diferentes direções que os dois países estão tomando em termos de desenvolvimento tecnológico e energético.
“A China continua investindo muito em carros elétricos e, portanto, vai sobretaxar carros americanos de altas cilindradas movidos a petróleo, enquanto os Estados Unidos querem promover mais o petróleo e taxar os carros elétricos chineses”, observou o analista.
Reações distintas de outros países
Américo também comentou sobre as diferentes posturas adotadas por México e Canadá diante das ameaças de Trump.
Enquanto o México conseguiu evitar a imposição de tarifas ao se comprometer com o reforço da segurança na fronteira, o Canadá acabou recuando e aceitando enviar mais reforços para sua fronteira com os Estados Unidos.
O analista concluiu que essas reações diversas demonstram como cada país está lidando com a política comercial agressiva de Trump, alguns com mais “armas” e áreas estratégicas para negociar, outros tendo que ceder às pressões americanas.
A situação indica que o cenário internacional permanece tenso e imprevisível, com a guerra comercial entre China e Estados Unidos no centro das atenções.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br