Integrantes da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo ainda pregam cautela quanto à política tarifária do presidente norte-americano, Donald Trump — mesmo após decreto para taxas ao aço e alumínio e menção ao etanol brasileiro em anúncio de tarifas recíprocas.
O deputado federal Julio Lopes (PP-RJ) assume em 2025 a presidência da Frente, que conta com 178 deputados e 18 senadores, e afirma em entrevista à CNN que há entre os parlamentares a avaliação de que, até este momento, as medidas de Trump não impactam de maneira relevante a competitividade do Brasil.
“As medidas anunciadas efetivamente até agora não devem afetar a competitividade do Brasil”, disse Julio Lopes, que hoje é secretário-geral da Frente e deve assumir a presidência em março. O presidente atual é o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).
A cautela adotada se deve também ao fato de que, diferentemente de outros países ameaçados por Trump, o país tem déficit comercial com os Estados Unidos (cerca de R$ 283 milhões no ano passado). Isso significa que o Brasil importa mais do que exporta deste parceiro.
“A gente crê que isso está no radar da Casa Branca, que levará isso em consideração em suas ações”, disse.
Cautela a parte, caso o cenário mude e haja tarifas que prejudiquem a competitividade do país, o parlamentar vê o Brasil “bem posicionado” para se reposicionar no cenário global e acomodar danos. “Exportamos para uma série de países, para China inclusive, e podemos fortalecer relações com outros parceiros”, disse.
Trump assinou na segunda-feira (10) decreto que impõe tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio a partir de 4 de março. E na última quinta-feira (13) anunciou que vai implementar tarifas recíprocas para países que impõem impostos sobre exportações norte-americanas. Ao anunciar esta medida, colocou o etanol brasileiro na mira das tarifas.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br