É “crucial” para a Ucrânia ter o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, neste sábado (1°), um dia após ter discutido com o líder dos EUA em uma reunião acalorada no Salão Oval da Casa Branca.
“Ele quer acabar com a guerra, mas ninguém quer a paz mais do que nós”, afirmou Zelensky em uma série de postagens no X.
O presidente enfatizou sua gratidão pelo apoio dos EUA à Ucrânia nos três anos desde que a Rússia invadiu seu país.
Na troca acalorada de sexta-feira (28), o vice-presidente americano, JD Vance, questionou se o líder ucraniano havia sido grato o suficiente pelo apoio dos EUA.
Nas postagens deste sábado, Zelensky destacou: “Somos muito gratos aos Estados Unidos por todo o apoio. Sou grato ao presidente Trump, ao Congresso por seu apoio bipartidário e ao povo americano. Os ucranianos sempre apreciaram esse apoio, especialmente durante esses três anos de invasão em grande escala”.
We are very grateful to the United States for all the support. I’m thankful to President Trump, Congress for their bipartisan support, and American people. Ukrainians have always appreciated this support, especially during these three years of full-scale invasion. pic.twitter.com/Z9FlWjF101
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 1, 2025
Ele enfatizou que, apesar do bate-boca, a Ucrânia e os EUA “continuam sendo parceiros estratégicos. Mas precisamos ser honestos e diretos um com o outro para realmente entender nossos objetivos compartilhados”.
O chefe de Estado ressaltou ainda que a Ucrânia está pronta para assinar o acordo sobre exploração de recursos minerais — motivo da viagem de sexta –, mas observou que ele “não é o suficiente”.
“Precisamos de mais do que apenas isso. Um cessar-fogo sem garantias de segurança é perigoso para a Ucrânia. Estamos lutando há três anos, e o povo ucraniano precisa saber que a América está do nosso lado”, advertiu.
“O povo americano ajudou a salvar nosso povo. Os humanos e os direitos humanos vêm em primeiro lugar. Estamos realmente gratos. Queremos apenas relações fortes com a América, e realmente espero que as tenhamos”, acrescentou.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br