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Artigo: Décadas de abandono e sucateamento do DAEM agora cobram a conta, por Eng° Julio F. Neves

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Eng° Julio F. Neves*

Independente de seu posicionamento ideológico, os políticos marilienses concordam que a concessão do DAEM era necessária. Basta uma breve busca na internet e constata-se que, independente do gestor, há mais de 10 anos a administração municipal se preparava para isso: desde a elaboração (em 2015) e posterior revisão (em 2019) do Plano Diretor de Água e Esgoto, e a constante labuta para manter os serviços funcionando, aos trancos e barrancos, para postergar um iminente colapso das instalações sucateadas.

Contudo, a seriedade do problema foi sendo subestimada, postergada, talvez ignorada pela grande maioria, pois a implementação do rito necessário para a concessão iniciou-se somente em 2022, quando foi aprovada pelo poder legislativo municipal a lei complementar 938, que foi o instrumento viabilizador do processo administrativo para a licitação. Mais demora. Divergências políticas, interesses alheios e disputas jurídicas no âmbito da concorrência que foi instalada, ocasionaram um atraso indesejável, perigoso. Potenciais licitantes questionaram o edital, o impugnaram, queriam ditar as regras, ou apenas reservar o mercado para si, ganhando tempo para entender os graves problemas dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Marília. Ao final nem apresentaram proposta, fugiram da raia.

Toda essa demora agora cobra a conta. A chegada da RIC Ambiental certamente trouxe esperança, já que a concessionária está sendo procurada diuturnamente pela população, que busca solução para problemas pré-existentes e outros, que não deixaram de surgir regularmente. A transição dos serviços foi altamente desafiadora, já que muitos servidores simplesmente cruzaram os braços aguardando suas transferências para outras repartições da prefeitura; negaram-se a transferir conhecimento. A concessionária, com compromisso e resiliência, trouxe profissionais gabaritados para liderar e manter a operação dos serviços, evitando o colapso. Conseguiu também manter alguns “profissionais-chave” do extinto DAEM, e estes, devido sua capacidade técnica e experiência, foram essenciais para que fossem iniciadas as ações e intervenções do Plano de Ação Imediata, garantindo a continuidade no fornecimento de água, mesmo com muitos desafios externos (queimadas e incêndios em setembro/24 e outubro/24, e calor extremo desde novembro/24).

Some-se a tudo isso a atuação de meliantes profissionais, que furtam cabos eletricos, transformadores de energia e assim, causam um impacto ainda maior à uma operação que funciona “a fio d’água”, no limiar da falha, devido as muitas perdas físicas (vazamentos visíveis e ainda pior, os invisíveis) e perdas administrativas (fraudes, ligações clandestinas e leniência histórica na cobrança das faturas de muitos usuários).

Operacionalmente, a antiga e deteriorada rede (tubulações) de abastecimento está comprometida com muitas rupturas, causa dos vazamentos, que muitas vezes demoram dias, semanas, para aflorar e se tornarem visíveis, para que possam ser reparados. Esses vazamentos também são a causa da baixa pressão de água na rede em muitas localidades, que por isso experimentam dificuldades de abastecimento.

As ETAs Peixe e Cascata, por exemplo, são unidades de tratamento de água em operação há mais de 50 anos, que apresentam diversos problemas de ordem estrutural. Problemas que nunca antes foram tratados de forma definitiva. Entre eles, fissuras e trincas em decantadores e floculadores, recalques diferenciais em tanques de tratamento e reservação, além da deterioração das próprias edificações. Conforme previsto na Proposta Técnica apresentada pela RIC Ambiental, a recuperação, revitalização, ampliação e substituição de todas unidades do sistemas produtores superficiais será realizada pela concessionária, que já está elaborando os estudos necessários e os projetos para iniciar as obras de captação, substituição de estruturas, adução, reservação e distribuição de água em Marília, inclusive com a implementação de uma setorização eficiente que irá possibilitar manobras adequadas para garantir a regularidade, continuidade e segurança no fornecimento de água para toda a cidade.

O sistema produtor subterrâneo, responsável por quase 50% da água de Marília, já está sendo ampliado. Em 6 meses a RIC fez mais do que DAEM em décadas. E o trabalho não pode parar, sob o risco do desabastecimento. Não é possível sanar determinadas situações, resultantes de décadas de degeneração, em poucos meses. Enquanto são planejadas e projetadas as soluções, a concessionária tem buscado diariamente mitigar os defeitos e oscilações, para evitar o colapso iminente que encontrou quando assumiu o serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário em setembro de 2024.

Como se depreende desta explanação, a dificuldade do serviço de água e esgoto em Marília neste momento é eminentemente operacional, e não de gestão administrativa e financeira. Sua solução exige TÉCNICA e INVESTIMENTOS. A intervenção decretada em 26 de fevereiro de 2025 representa um sério risco operacional, é um atraso, já que o serviço deve ser liderado por profissionais capacitados, administradores e engenheiros do ramo, com a técnica adequada para resolver os problemas elencados neste artigo. Porém, a solução definitiva requer tempo, já que os projetos e obras não se consolidam “da noite para o dia”, e o avanço não pode parar, dado o COMPROMISSO que a concessionária tem com a POPULAÇÃO, para servi-la. Com essa atitude positiva e responsável, as equipes de colaboradores da RIC Ambiental permanecem atuando com compromisso, seriedade e dedicação para resolver as ocorrências diárias, da forma mais célere e eficaz possível. Juntos seguiremos, por Marília e para Marília.

Eng° Julio F. Neves
Superintendente Comercial e de Comunicação
RIC Ambiental

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