Uma carga avaliada em torno de R$ 1 milhão do medicamento Mounjaro, indicado para o tratamento de diabetes e comumente usado para a perda de peso, foi retida em uma ação da Polícia Federal no Aeroporto Internacional do Recife na madrugada deste domingo (13).
Cerca de 389 canetas do medicamento foram interceptadas pela Inspetoria da Receita durante um trabalho de análise de risco e monitoramento de passageiros. O órgão identificou que um viajante vindo do Reino Unido levava os remédios de forma irregular.
A fiscalização foi realizada no momento da chegada do passageiro, como parte da rotina de controle aduaneiro. A ação faz parte das atividades voltadas ao combate dos crimes de contrabando e descaminho.
O que é o Mounjaro
Mounjaro, medicamento para diabetes da Eli Lilly, estará disponível no mercado brasileiro a partir do dia 7 de junho.
Considerado o principal concorrente do Ozempic e do Wegovy, ambos da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, o medicamento é composto de tirzepatida, uma molécula agonista duplo de GLP-1 e GIP, hormônios gerados no intestino e liberados depois das refeições, aumentando a produção de insulina pelo pâncreas para manter o controle do açúcar no sangue.
O Mounjaro foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil em setembro de 2023 para o tratamento do diabetes tipo 2.
“Já existem outros medicamentos no Brasil da mesma classe, mas o Mounjaro tem um mecanismo de ação diferente, porque não é apenas um agonista, ou seja, ele não age apenas no receptor GLP-1, ele age também no receptor do GIP. Ele é o único medicamento dessa classe que age nesses dois receptores”, explica Luiz Magno, diretor médico sênior da Eli Lilly do Brasil, à CNN.
De acordo com Tassiane Alvarenga, endocrinologista e metabologista pela USP (Universidade de São Paulo), tanto o GIP quanto o GLP-1 estão ligados a uma maior secreção de insulina, mas estudos levam a crer que o GIP responda por cerca de dois terços dessa contribuição. Isso faz com que a tirzepatida seja mais “poderosa” do que a semaglutida, presente no Ozempic.
“O Mounjaro induz à sensação de saciedade, ou seja, o tempo entre comer e ficar satisfeito. É um efeito mais duradouro do que a perda do apetite, que é a principal característica do Ozempic”, explica a endocrinologista.
O medicamento deve ser usado no tratamento do diabetes associado a mudanças de estilo de vida, como a adoção de uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas. Vale lembrar que o Mounjaro não é aprovado para o tratamento da obesidade e, sim, apenas para o diabetes tipo 2.
O valor do remédio poderá variar a depender do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) em cada estado, da dose e da quantidade de canetas para aplicação por embalagem. Por exemplo, em São Paulo, a dose máxima poderá custar R$ 3.791,07.
Efeitos colaterais
De acordo com um estudo publicado no The New England Journal of Medicine, mostrou que tanto a tirzepatida quanto a semaglutida tem efeitos colaterais semelhantes, mas os efeitos da primeira molécula podem ser mais numerosos e mais graves. De acordo com o trabalho, o Mounjaro pode causar doenças gastrointestinais graves. Em ensaios clínicos, mais pessoas pararam de tomar o medicamento devido a efeitos secundários gastrointestinais.
Ambos os medicamentos podem causar sintomas como dor abdominal, constipação, diarreia, náusea e vômito. A tirzepatida pode causar, ainda, a indigestão.
Por isso, é essencial buscar orientação médica antes de iniciar o tratamento, seja com Ozempic, seja com Monjauro.
*Sob supervisão
Fonte: www.cnnbrasil.com.br