Mesmo com vários setores dependentes do mercado externo, a China até o momento dispensou as ofertas para negociar as tarifas de Donald Trump. O Banco Central chinês pediu aos principais bancos estatais do país que reduzam as compras de dólares norte-americanos.
A ofensiva da segunda maior economia do mundo aposta que o efeito inflacionário das tarifas causará desgaste para o governo de Donald Trump. As taxas devem encarecer até produtos americanos, já que muitos deles dependem de componentes importados.
Outra ideia seria proibir a importação de aves e produtos agrícolas como a soja, que vem principalmente de estados republicanos. Os chineses tem ainda mais um trunfo: a possibilidade de restrições à Tesla, a montadora de veículos elétricos de Elon Musk, um dos principais conselheiros de Trump. É na China que Tesla tem boa parte dos negócios.
A China é também o segundo maior credor da dívida americana e nos últimos dias começou a repassar seus títulos do Tesouro ao mercado. O movimento levou outros investidores a fazer o mesmo – como resultado, os papeis perderam valor e os rendimentos tiveram que subir – o que na prática compromete ainda mais o déficit dos Estados Unidos.
Sua cooperação técnico-militar com a Rússia também favorece o país oriental, já que Trump aposta em Xi Jinping para ajudá-lo a conseguir um acordo de paz na guerra da Ucrânia. Sem contar a cooperação com a China para impedir o fluxo de Fentanil.
Fatores que fazem os oficiais chineses acreditar que podem trazer o presidente americano para a mesa de negociações. Mesmo em meio à atual corrida entre Estados Unidos e a China, pelo desenvolvimento de inteligência artificial, é difícil que o governo chinês busque uma ruptura com a maior economia do mundo.
Nesta quarta-feira, a Organização Mundial do Comércio disse que a escalada das tensões pode reduzir o comércio entre Estados Unidos e China em até 80%, o que poderia levar uma queda do PIB global, no longo prazo, de quase 7%.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br