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Como é a escolha do nome do papa?

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A escolha do nome de quem será o novo líder da Igreja Católica é uma das últimas etapas no processo conhecido como conclave.

Isso acontece quase imediatamente após a apuração dos votos dos cardeais eleitores, que se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, para votar.

O procedimento está descrito na constituição apostólica promulgada pelo papa João Paulo II em 1996, “Universi Dominici Gregis”, que descreve as diretrizes para a eleição do papa.

Uma vez contados os votos, o cardeal decano, em nome de todos os cardeais, questiona o eleito: “Aceitas a tua eleição canônica para Sumo Pontífice?”

Após a aceitação, o decano acrescenta: “Como queres ser chamado?”

“Então, o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias […] redige um documento com a aceitação do novo pontífice e o nome por ele assumido”, conclui o documento.

Geralmente, entre 30 a 60 minutos depois da fumaça branca sair da chaminé da Capela Sistina, já usando as vestes papais, o papa aparecerá na varanda da Basílica de São Pedro diante da multidão de fiéis. 

O cardeal protodiácono Dominique Mamberti, se ele não for eleito papa, irá anunciar as palavras “Habemus Papam” (do latim, em português “temos um papa”) e apresentará pelo nome escolhido o novo pontífice, que fará uma breve declaração e uma oração.

O que os nomes dos papas revelam

Na longa história dos papas, que remonta a São Pedro há dois milênios, alguns nomes ganharam associações negativas, outros passaram a significar conservadorismo ou um desejo de mudança. 

Por isso, o nome escolhido por um papa é considerado uma pista do que os 1,3 bilhão de católicos romanos do mundo podem esperar.

O renomado historiador eclesiástico italiano Alberto Melloni explicou à CNN, em uma entrevista em 2013, que Pio XII, que ocupou o cargo de 1939 a 1958, era muito conservador.

“Se o novo papa escolhesse o nome de Pio XIII seria uma escolha muito ideológica”, acrescentou.

Por outro lado, ele pondera, se o novo papa escolhesse o nome João XXIV seria uma sinalização de abertura a reformas.

João XXIII ficou famoso por convocar o Concílio Vaticano II, em 1962, que trouxe grandes mudanças no relacionamento da Igreja Católica Romana com o mundo moderno.

Melloni ainda explicou à CNN que os papas só passaram a adotar um nome diferente daquele com o qual nasceu no final do século 10. Desde então, apenas um, Adriano VI, no século 16, manteve o nome de batismo.

No século 10, João Paulo I foi o primeiro a adotar um nome composto, em homenagem aos dois papas que lideraram a Igreja durante o Concílio Vaticano II. Ele foi homenageado pelo polonês João Paulo II, que morreu em 2005.

Melloni destaca que, enquanto os fiéis aguardam a escolha do nome de um novo pontífice, apenas uma coisa é certa: o novo papa não se chamará Pedro.

Isso acontece por respeito a São Pedro, o apóstolo, que foi o primeiro papa – e também existe uma profecia secular de que Pedro II seria o último papa a servir.

As escolhas mais recentes de nomes dos papas

O alemão Joseph Ratzinger escolheu o nome Bento XVI ao assumir como chefe de Estado do Vaticano, em 2005.

Em sua primeira audiência geral, ele disse aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro que ele queria seguir os passos de Bento XV, que comandou a Igreja durante os anos turbulentos da Primeira Guerra Mundial.

“Ele foi um verdadeiro e corajoso profeta da paz que lutou arduamente e bravamente, primeiro para evitar o drama da guerra e depois para limitar suas terríveis consequências”, disse Bento XVI. 

“Em seus passos, coloco meu ministério a serviço da reconciliação e da harmonia entre os povos”, completou.

A escolha do nome também fazia referência a São Bento, fundador da ordem dos monges beneditinos, que ajudou a difundir o cristianismo pela Europa – e era especialmente venerado na Alemanha, terra natal de Ratzinger.

Em 2013, o cardeal argentino Jorge Bergoglio inovou historicamente ao escolher o nome Francisco – a primeira vez que o nome foi escolhido por um papa.

Francisco disse que, antes de se tornar papa, seu colega cardeal brasileiro Dom Claudio Hummes disse “não se esqueça dos pobres”, enquanto os votos se acumulavam a seu favor. E a frase ficou em sua mente quando conquistou a maioria de dois terços na eleição e virou pontífice.

O vice-porta-voz do Vaticano na época, Thomas Rosica, anunciou naquele momento que o papa escolheu o nome em homenagem a São Francisco de Assis, que passou a vida cuidando dos pobres.

“O cardeal Bergoglio tinha um lugar especial em seu coração e seu ministério pelos pobres, pelos marginalizados, por aqueles que viviam à margem e enfrentavam injustiças”, disse Rosica.

São Francisco, uma das figuras mais veneradas da Igreja Católica Romana, era conhecido por se conectar com outros cristãos, acrescentou Rosica.

Mais tarde, o próprio papa disse a jornalistas: “Imediatamente, com relação aos pobres, pensei em São Francisco de Assis, depois pensei na guerra. Francisco amava a paz e foi assim que o nome veio a mim.”

O especialista em Vaticano da CNN, John Allen, descreveu a escolha do nome de Francisco como “impressionante” e “quebra de precedentes”.

“Há figuras fundamentais no catolicismo. Figuras de tal estatura como São Francisco de Assis parecem irrepetíveis – de forma que pode haver apenas um Francisco. O nome simboliza pobreza, humildade, simplicidade e reconstrução da Igreja Católica”, concluiu.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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