O fenômeno de postergar a maternidade tem aumentado há mais de duas décadas. Segundo dados do IBGE, 1998 a 2018, houve um aumento de 71,18% na maternidade dos 35 a 39 anos, e, de 50,23% entre 40 a 44 anos. Com isso, o congelamento de óvulos passou a ser mais comum entre as mulheres, para que não corram riscos durante uma gravidez tardia.
Nesse cenário, o método surge “como opção de manter boas chances de gravidez para esta mulher, que muitas vezes, com mais de 35 anos, já se verá com a queda nas chances de gravidez natural ocorrer”, diz a especialista em Reprodução Assistida da Vida Bem Vinda, Larissa Matsumoto.
Isso porque, a idade avançada da mulher também leva ao envelhecimento ovariano, o que resulta em perda de quantidade e qualidade dos óvulos.
Veja abaixo algumas curiosidades sobre procedimento como, por exemplo, o significado, como funciona, quantidade de óvulos e o que está envolvido nos custos do congelamento.
O que é congelamento de óvulos?
De acordo com a Dra. Maria do Carmo Borges de Souza, diretora médica da FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana, “congelar óvulos hoje significa dar uma autonomia reprodutiva para a mulher”.
Já Larissa Matsumoto, define o procedimento como “o mais utilizado para preservação de fertilidade, seja por função social, como para mulheres, que passam por tratamentos que possam prejudicar a fertilidade no futuro, como tratamentos oncológicos, cirurgias para endometriose, tratamentos de doenças auto imunes, ou condição genética que leve a perda da reserva ovariana”.
Como funciona e como é o processo?
Antes do congelamento de óvulos, as mulheres passam por uma avaliação prévia da reserva ovariana, que segundo a Dra. Maria do Carmo, ocorre “idealmente antes dos 35 anos”.
“Faz-se uma estimulação ovariana hormonal por 8 a 10 dias, em média, para que vários folículos ovarianos disponíveis naquele momento do ciclo possam crescer e ter em seu interior o crescimento e a maturação de um óvulo possível em cada. Este processo de estimulação tem a medicação estimuladora e uma outra, que impede a dominância de um único folículo a crescer, o que ocorreria num ciclo natural da mulher. Faz-se acompanhamento ultrassonográfico e, quando da presença dos vários dominantes possíveis, se faz uma nova medicação que induz o pico ovulatório. A partir daí se marca a coleta dos óvulos, guiada por ultrassonografia transvaginal, num tempo bem definido”, explicou a Dra. Maria do Carmo.
Larissa Matsumoto conta como é feita a captação: “A captação é realizada em centro cirúrgico, com sedação. O processo é rápido, muito seguro, é um procedimento de baixo risco. Estes óvulos captados, no laboratório, serão separados, e os que forem maduros, serão congelados”.
Quanto óvulos é preciso captar para ter sucesso em uma fertilização futura?
Sobre a quantidade necessária para obter sucesso, Larissa Matsumoto explica que há uma técnica, chamada Violet, que prevê individualmente as chances da gravidez.
“De uma forma geral, quando uma mulher de 35 anos, congela 15 óvulos, a chance de gestação estimada, para um sêmen normal, seria de 70%, e, com 20, 80%. Uma mulher, com 40 anos, que congela os mesmos 15 óvulos, terá uma chance de 40% de gestação”, explica a especialista.
O que está envolvido nos custos do congelamento?
A Dra. Maria do Carmo ressalta que os valores do procedimento “são definidos de acordo com a reserva ovariana, a medicação a ser utilizada, a necessidade de um ou mais ciclos de coleta, congelamentos e manutenção destes óvulos congelados. Tudo deve ser bem conversado”.
Já segundo Larissa Matsumoto, os custos são divididos entre a avaliação e acompanhamento do médico, os ultrassons, o procedimento de captação dos óvulos, a medicação, e o laboratório, o que varia entre 20 a 30 mil reais.
Há ainda a opção de doação compartilhada, o pode ajudar a reduzir de 50 a 70% do valor de um tratamento de congelamento de óvulos.
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Fonte: www.cnnbrasil.com.br