Um criminoso de guerra condenado residente em Uganda anunciou um novo movimento rebelde com a intenção de derrubar o governo na província de Ituri, no leste da República Democrática do Congo, criando outra ameaça potencial à segurança na região, que já sofre com a guerra.
A formação da Convenção para a Revolução Popular (CPR) por Thomas Lubanga, um nativo de Ituri, ocorre no momento em que o Exército da RD Congo enfrenta um avanço sem precedentes dos rebeldes do M23, apoiados por Ruanda, em outras partes do leste do país.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) garantiu sua primeira condenação contra Lubanga em 2012 por acusações de recrutamento de crianças-soldados e o sentenciou a 14 anos de prisão.
Ele foi libertado em 2020 e o presidente da RD Congo, Felix Tshisekedi, o nomeou para uma força-tarefa para trazer paz a Ituri. Mas em 2022 ele foi feito refém por dois meses por um grupo rebelde, acontecimento pelo qual ele culpa o governo congolês, e agora está em Uganda.
Em respostas por escrito a perguntas da Reuters, Lubanga disse que a CPR tinha elementos políticos e militares, incluindo homens armados em três áreas de Ituri.
Trazer paz à área “requer uma mudança imediata na governança e no governo”, escreveu ele, embora tenha acrescentado que o grupo não lançou operações militares.
Não está claro quantos combatentes Lubanga pode controlar. Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) o acusaram no ano passado de mobilizar combatentes para apoiar uma milícia local e o M23.
A presidência da RD Congo não respondeu a um pedido de comentário.
Ituri tem sido abalada pela violência de vários grupos armados por décadas. Os Médicos Sem Fronteiras descreveram na semana passada “um novo pico de atrocidades” que matou mais de 200 civis e deslocou cerca de 100 mil pessoas desde o início do ano.
Tropas de Uganda estão presentes em Ituri para ajudar o governo a combater as Forças Democráticas Aliadas (ADF), que são afiliadas ao Estado Islâmico e realizam ataques brutais em aldeias.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br