O Dia das Mães é celebrado no próximo domingo (11) e diversas mulheres celebram a data mesmo sem ter filhos, mas por se considerarem mães de pets.
Biologicamente, os pets não são filhos, mas do ponto de vista emocional, o vínculo é real e para a maioria profundo. Os tutores cuidam da alimentação, saúde, bem-estar, educação, estética e oferecem muito carinho e amor incondicional, exatamente como fariam com um filho humano.
Para entender a ligação entre as tutoras e seus animais de estimação, a CNN conversou com a médica-veterinária Isabella Azevedo e com a psicóloga Cinthia Alves Prais, pós-graduada em neurociência e comportamento pela PUCRR.
“Do ponto de vista psicológico, o vínculo entre humanos e pets pode ativar áreas do cérebro relacionadas ao apego, à empatia e ao cuidado, algo semelhante às ativadas na relação com um filho humano. A legitimidade não está na comparação com a maternidade tradicional, mas na intensidade e autenticidade do afeto investido. Validar isso é reconhecer a diversidade das formas de amar e cuidar”, explica Cinthia.
Para Isabella, o sentimento de ser mãe de pet pode ser potencializado pela dependência do animal e pela troca de carinho. Apesar de explicar que os animais não enxergam seus tutores como mães no sentido humano, ela diz que os pets reconhecem seus donos como figuras de referência, proteção e cuidado.
“Cães e gatos criam vínculos afetivos com seus tutores, se sentindo seguros e confiantes na presença deles, o que é comparável à relação de filhote com a mãe em termos de confiança e até mesmo apego”, acrescenta.
Para a profissional, a relação emocional entre tutores e animais e entre mães e filhos humanos possui o mesmo desejo de amar e proteger, no entanto, ela diz que a “diferença está em entender que o animal tem necessidades distintas das humanas e é essencial respeitá-las”.
Já na visão da psicóloga, a necessidade de validar ou invalidar o papel das mães de pet revela, muitas vezes, valores culturais sobre o que é “aceitável” como maternidade.
“Para alguns, reconhecer a maternidade pet pode parecer uma ameaça à ideia tradicional de família. Para outros, é uma maneira de acolher formas contemporâneas de relação. Há ainda quem use essa identidade como uma forma de pertencimento ou de lidar com experiências não vividas, como a impossibilidade ou a escolha de não ter filhos humanos”, diz.
A médica-veterinária também explica que ainda existe algum preconceito por parte de quem não entende a profundidade e importância da relação entre os tutores e seus animais e alguns, acham exagerados e tendem a tratar animal como animal.
“Isso tem mudado com o tempo, cada vez mais a sociedade reconhece o valor emocional e afetivo dos pets na vida das pessoas, então termo ‘mãe de pet’ vem ganhando espaço, desde que usado com responsabilidade”, pontua.
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Fonte: www.cnnbrasil.com.br