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Direitos Humanos da prefeitura recebe Secretária Estadual da Mulher que é contra ideologia de gênero e defende pauta anti-aborto

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A secretária estadual de Políticas para a Mulher, Sonaira Fernandes, fez uma visita institucional ao Paço Municipal na última terça-feira, dia 18 de julho e participaram da recepção a coordenadora do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Camila Rodrigues da Silva, a coordenadora do Centro Municipal de Referência da Mulher, Adriana Tognolli, servidores técnicos das pastas da Assistência Social e dos Direitos Humanos, além de lideranças comunitárias de Marília e região.

A Secretária que foi eleita vereadora em São Paulo com 17 mil votos apoiou as pautas conservadoras do seu candidato à presidência da República, Jair Messias Bolsonaro, derrotado por Lula, e à época, em entrevista ao site Metrópoles, não se fez de rogada em admitir que é contra a ideologia de gênero e chegou a apresentar projeto impedindo o setor público de obrigar o servidor a se vacinar contra covid.

Leia trechos da entrevista e o que a secretária veio fazer em Marília senão também parecer ampliar o espectro das pautas conservadoras.

Na entrevista concedida em 2021, a hoje Secretária que esteve em Marília recebida pela titular da Pasta de Direitos Humanos, Wânia Lombardi, afirmou que “temos uma geração de mimizentos”.

Bolsonarista, Sonaira Fernandes diz que não é homofóbica, apesar de defender que “menino nasce menino, e menina nasce menina”

A entrevista foi concedida à repórter Mariana Zylberkan em 15/08/21 e reproduzida parcialmente adiante:

Única vereadora em São Paulo que teve apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2020, Sonaira Fernandes (Republicanos) tem colocado seu mandato a serviço das pautas conservadoras que reverberam do governo federal.

É de sua autoria um projeto de lei que proíbe a implantação da ideologia de gênero nas escolas municipais e outro que impede a administração municipal de tornar obrigatória a imunização contra Covid-19 dos servidores, em reação a decreto assinado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) no último sábado.

Curiosidades sobre a Secretária Estadual da Mulher

Vereadora propôs projeto de lei contra ideologia de gênero nas escolas municipais

Sonaira mantém contato com o presidente Jair Bolsonaro que lhe dá sugestões de projetos de lei

Sonaira foi a única candidata ao Legislativo paulistano que teve apoio de Jair Bolsonaro

Sonaira Fernandes estreou na vida política nas eleições municipais de 2020

Sonaira Fernandes foi estagiária de Eduardo Bolsonaro na Polícia Federal em São Paulo

Sonaira não esconde a influência da família Bolsonaro em seu gabinete e diz manter contato constante com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), de quem acatou a ideia de usar os auditórios da Câmara Municipal para organizar palestras e discussões públicas sobre o voto impresso, bandeira bolsonarista rejeitada recentemente pelo Congresso.

“Eu acredito na eleição do Bolsonaro em 2022, acho que o voto impresso não irá impedir a vontade do povo e a vontade de Deus sobre a vida do Bolsonaro porque ele está no propósito divino. Como ele bem disse, somente Deus pode tirá-lo daquela cadeira”, disse ela, em entrevista exclusiva ao Metrópoles.

Mais trechos da entrevista.

Teve outro projeto proposto pela senhora em relação à ideologia de gênero

Esse projeto 197 de 2918 do vereador Eduardo Suplicy (PT) foi protocolado faz tempo, em 2018. O projeto inteiro já é ruim. Em um projeto feito para dispor sobre economia solidária, ele apresenta em alguns artigos o ensino da ideologia de gênero nas escolas colocando isso como princípio da economia solidária. Então, esse projeto foi pautado algumas vezes aqui na Casa, o vereador Suplicy não tinha voto para aprovação, e no mês de junho, ele conseguiu voto para colocar esse projeto em pauta e teve uma votação simbólica. Esse projeto existe desde 2018, inclusive, com assinatura do atual prefeito Ricardo Nunes que, em 2015, protagonizou a rejeição à ideologia de gênero. Nós levantamos a campanha pelo veto pedindo ao prefeito o mesmo bom senso que ele teve em 2015. Mas ele acabou vetando alguns artigos e deixou a ideologia de gênero lá dentro do projeto.

Por que o prefeito não vetou esse artigo?

Acredito que ele está tentando ser bonzinho, equilibrar os dois lados de uma maneira errada. Primeiro porque isso é uma pauta contra a qual Ricardo Nunes (MDB) estava lutando desde 2015, então, não estávamos pedindo nada absurdo. A gente acreditava de fato que essa era a bandeira dele. Muita gente se elege com a bandeira da família, consegue a eleição com os valores cristãos e, quando chega aqui, é hora de mostrar que está aqui para isso. Então, esperávamos que o Ricardo Nunes nos ouvisse, principalmente, a maioria da bancada [cristã] que é base de seu governo. Acredito que ele quis agradar os dois lados e prejudicou a sua base, que tem maioria cristã.

Qual a participação da bancada evangélica na Câmara Municipal?

Nós tivemos um forte movimento da bancada pedindo o veto aos artigos que falavam sobre o gênero, principalmente, nas escolas. Quero deixar claro que não se trata do homossexual, da questão da sexualidade, são coisas distintas. A nossa luta contra o gênero é que não queremos que uma criança seja doutrinada. Criança é criança e acabou. Então, a bancada se movimentou para falar com o prefeito e dizer que não queremos a ideologia de gênero nas escolas. Quando Ricardo Nunes deixou de vetar, a maioria decidiu não falar sobre o assunto justamente por ser base do governo.

Existe algum indício de que a ideologia de gênero possa ser implementada pela Prefeitura de São Paulo?

Com toda certeza, se os pais não ficarem atentos a isso. Uma prova é esse projeto do Suplicy. Esse projeto já teria meu veto de qualquer forma, mas quando coloca ali a ideologia de gênero no ensino, é realmente uma forma de entrar nas escolas com esse assunto. É perigoso sim, depois desse projeto tivemos que redobrar a vigilância. Não estamos aqui contando história, um bando de maluco que não tem o que fazer que fica inventando coisas. É real.

A cidade de São Paulo tem carência de representantes dos temas conservadores?

Ainda temos carência de representantes que, após chegar aqui, entendam que precisamos continuar e fortalecer. Ainda somos pequenos em relação aos nossos adversários. As pessoas que estão na política que defendem a família, a fé, precisam entender isso. Eu gostaria que as pessoas que defendem a fé pudessem ficar uma semana aqui dentro.

O que iriam encontrar?

Eu falo para o pessoal que trabalha comigo que nunca vamos dar conta de tudo. Vai chegar um determinado momento que vai passar alguma coisa porque é o tempo inteiro a nossa defesa, de crianças e da família, dessas coisas absurdas. Gastamos mais tempo fazendo defesa, articulando discurso, falando com um e com outro para impedir que essas coisas passem.

Teve alguma situação que ilustra essa situação?

Meu primeiro discurso aqui na Câmara, quando eu disse que vivemos uma geração capada pelo politicamente correto, e que nós temos uma geração de “mimizentos”. Nós temos uma geração de homens cada vez mais femininos, e mulheres cada vez mais masculinizadas. Isso gerou uma grande confusão, me chamaram de homofóbica, então, hoje, tudo que você diz é homofobia. Hoje você pode fazer piada com a minha fé, piada com o Deus que eu acredito, mas eu não posso falar o óbvio porque isso é preconceito e homofobia.

Nós tivemos a oportunidade aqui de abrir a discussão sobre o PL dos absorventes para serem distribuídos para as alunas da rede municipal. Vereadores queriam tirar a palavra “mulheres” desse projeto porque, segundo eles, era algo ofensivo. Uma vez que só as mulheres menstruam a não ser por uma intervenção divina que altere a criação lá na sua origem.

Nós dissemos: “desculpa, mas não dá, vocês querem uma inclusão que para a gente é excludente”. Tenho uma irmã de 12 anos, ela ainda brinca de boneca, mas ela já menstruou. Como eu explico para ela que dizer que mulheres que menstruam é ofensivo? Em vez disso, precisamos dizer pessoas que menstruam para não ofender as outras que menstruam. Que pessoas? Então, são coisas óbvias que dizemos todos os dias e, por isso, nos pintam como pessoas rancorosas. Dizem que nos escondemos por trás da Bíblia para propagar seu discurso de ódio.

Como é a relação com a vereadora Erika Hilton (PSol), por exemplo, uma mulher trans?

Nós nos encontramos, mas não temos diálogo por causa desse primeiro discurso. As vereadoras do PSOL podem falar o que querem e as pessoas já pisam em casca de ovos porque não querem ser tachadas de preconceituosas, homofóbicas e coisas desse tipo. Não posso defender o que eu penso e no que eu acredito porque, em contrapartida, nós que somos os preconceituosos. Quando eu me posicionei perante ela e disse “você pode ser o que quiser, agora você não pode me impedir de pensar assim e defender o que eu acredito”. Não pode me impedir de acreditar que 15 e ponto final.

Por que existe essa reação?

Primeiro por causa do nome Bolsonaro. Os inconformados petistas e simpatizantes já tomam isso por uma rejeição enorme, não querem nem olhar na sua cara. Mas a gente segue.

A senhora foi a única vereadora em São Paulo que teve apoio do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2020. Qual é a influência dele em seu mandato?

O apoio veio porque eu trabalho com o filho dele, com o Eduardo, desde 2014. Depois, fui trabalhar com eles em Brasília. Tínhamos uma convivência, saíamos do gabinete e íamos comer cachorro quente na barraquinha na rua. Depois de tudo que aconteceu em 2018, todos os candidatos que subiram com o nome Bolsonaro e tantas decepções que nós tivemos, inclusive o Doria com o Bolsodoria, o presidente manteve o apoio restrito e resolveu dedicar a pessoas que ele realmente conhecia. Foi quando o Eduardo me fez a proposta, me convidou para ser candidata a vereadora. Eu topei e agora estou aqui nessa missão brava.

Por outro lado, durante o encontro em Marília, a secretária Sonaira Fernandes detalhou a estratégia de trabalho à frente da Secretaria Estadual de Políticas para a Mulher e antecipou algumas ações e programas, incluindo o de fomento ao empreendedorismo feminino e a caravana para a prevenção e saúde da mulher. “Temos que valorizar, também, a mulher que trabalha em casa, a que faz artesanato, incorporando-as às linhas de crédito da Desenvolve São Paulo”, afirmou.

Formada em Direito, Sonaira Fernandes se elegeu vereadora em São Paulo com mais de 17 mil votos e antes de ingressar na vida pública trabalhou como assessora parlamentar do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Na Câmara Municipal de São Paulo, Sonaira apresentou projetos de Lei e criou a Frente Parlamentar em Defesa da Vida, da Família e do Direito Natural e a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Doenças Raras. Em 2023, foi convidada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a assumir a Secretaria Estadual de Políticas para a Mulher.

fonte: https://www.metropoles.com/brasil/temos-uma-geracao-de-mimizentos-diz-vereadora-bolsonarista-de-sp

No release distribuído pela diretoria de imprensa da prefeitura de Marília, de acordo com secretária Sonaira Fernandes, as linhas de crédito para as mulheres têm o objetivo de incentivar o empreendedorismo feminino e promover o crescimento econômico regional em diversos setores. “Nossa pasta é uma secretaria de meio, e, portanto, precisamos sempre articular ações e programas com outras secretarias, seja da Saúde – como é o caso da caravana para promoção da saúde da mulher – seja com a Desenvolve São Paulo para que as mulheres possam expandir seus negócios”, disse.

A Desenvolve SP oferece linhas de crédito para mulheres com taxas de juros atrativas e condições facilitadas de pagamento. Desta forma, as empreendedoras têm acesso a recursos financeiros para investir em seus empreendimentos, adquirir equipamentos e expandir a capacidade produtiva. Uma das linhas de crédito, a Desenvolve Mulher, tem juros a partir de 4% até 6% ao ano, mais a taxa Selic. Para ser elegível ao crédito, a empresa deverá ser administrada por uma mulher. Além disso, a Desenvolve SP poderá consultar a classificação de risco da empresa.

Mulheres administradoras de micro e pequenas empresas contarão com crédito pré-aprovado de até R$ 200 mil. Além disso, na hipótese de liberação de financiamento para compra de equipamentos ou reforma de comércio, por exemplo, 30% deste recurso poderá ser destinado a capital de giro para impulsionar o negócio. A outra linha de crédito é a Desenvolve Mulher Sustentável.

Ela conta com taxas ainda menores para o financiamento de projetos de sustentabilidade, como compra e instalação de placas solares, melhoria de sistema de iluminação (energia fotovoltaica), substituição de equipamentos movidos a combustível fóssil por dispositivos com energia limpa, além de projetos de eficiência energética em geral. Os financiamentos podem ser contratados com juros a partir de 2% até 4% ao ano, acrescidos da Selic.

Há também a linha Empreenda Mulher, oferecida pelo Banco do Povo – a opção disponível com condições especiais para pessoa física, rural com CNPJ e para MEI, ME, EPP, Ltda e Eireli. Para ter acesso ao microcrédito, é necessário concluir um dos cursos de qualificação selecionados e oferecidos pelos parceiros Sebrae-SP e Aliança Empreendedora. São cursos voltados à formalização, marketing digital e educação financeira, para que a empreendedora possa gerir melhor seu empreendimento. Para mais informações sobre a linhas de crédito, acesse:

Crédito Desenvolve Mulher

https://www.desenvolvimentoeconomico.sp.gov.br/programas/empreendamulher/

Marília

A secretária municipal dos Direitos Humanos, Wania Lombardi, ao recepcionar a secretária estadual Sonaira Fernandes, levou o abraço e os cumprimentos do prefeito de Marília, Daniel Alonso, que não pôde participar da recepção em função de compromissos agendados anteriormente. “Importante a aproximação com a pasta da Política para a Mulher, tanto que comparecemos com nossa equipe técnica e pretendemos pleitear novos programas estaduais para Marília”, disse.

O ex-presidente da Funarte, Dante Mantovani, que trabalhou na gestão do ex-presidente da República, Bolsonaro (2019-2022), destacou a relevância da participação feminina na política. “A secretária Sonaira é uma inspiração para as mulheres que desejam participar mais do processo político e vem promovendo uma contribuição salutar para a construção de políticas públicas no Estado de São Paulo”, afirmou.

Para o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Delegado Damasceno, a visita de Sonaira Fernandes à Prefeitura Municipal de Marília na terça-feira, dia 18 de julho de 2023, reforça o compromisso do governo do Estado de São Paulo na construção de uma sociedade mais igualitária. “Quando tratamos da questão de gênero na política, é notório que as mulheres ainda são minoria. Por isso é importante que Estado e Municípios estejam unidos no incentivo à participação feminina nos assuntos públicos, bem como na apresentação de propostas que garantam os direitos e a qualidade de vida das mulheres. Justamente para que possamos caminhar em direção a uma sociedade mais justa e igualitária”, afirmou o secretário Damasceno.

Fotos: Divulgação

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