Dr. Roberto Kalil recebeu o historiador Leandro Karnal e o filósofo Mario Sergio Cortella na estreia da nova temporada do CNN Sinais Vitais. O médico e os pensadores debateram sobre longevidade e a relação com a morte. Durante a conversa, Karnal compartilhou sua perspectiva única sobre o fim da vida.
Karnal, que se define como uma pessoa sem religião ou perspectiva metafísica, expressou a visão dele sobre o tema: “Eu vejo três mortes. Eu vejo a morte do cérebro, a morte do corpo e do significado social. Eu quero morrer nesses três momentos no mesmo dia. Eu quero morrer no dia da minha morte“.
O historiador explicou que a morte cerebral e física são acompanhadas por uma terceira forma de falecimento: a perda da relevância social. “Se o meu corpo ainda funciona e o meu cérebro ainda funciona, mas eu sou colocado num sofá e falam alto comigo, ‘tio, eu trouxe um sabonete’, isso para mim é a morte da relevância social”.
Reflexões sobre o medo da morte
Quando questionado sobre o medo da morte, Karnal surpreendeu ao afirmar não ter nenhum temor. No entanto, ele reconheceu que essa percepção poderia mudar diante de uma situação de saúde crítica. Ele citou a observação de um amigo médico sobre como o medo pode surgir “das brumas” quando alguém enfrenta uma doença grave.
Cortella, por sua vez, compartilhou que não vê a morte como uma ameaça, mas como uma advertência. O filósofo expressou que o maior receio dele não é a morte em si, mas o sofrimento que pode preceder o fim da vida.
Ambos os pensadores, que também conversaram com o Dr. Kalil sobre o tempo e o propósito da vida, concordaram que a perda de autonomia é um temor significativo. Karnal afirmou ter medo “da morte em vida”. “Eu tenho medo de perder autonomia”.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br