Durante a visita de um secretário estadual do governo paulista à Marília, na quinta-feira, o prefeito Daniel Alonso, fez discurso ufanista sobre Marília e região. Para quem o ouviu na sede da Ciesp, a meca dos industriais, falando a uma platéia seleta, nata da sociedade mariliense, e portanto, claro, disse palavras que adoçavam o ouvido de quem lhe prestava atenção, dizendo o que eles queriam ouvir, foram essas as suas falas:
O PIB da região de Marília é na ordem de R$ 35 bilhões e nos 5 primeiros meses deste ano, a Cidade Símbolo de Amor e Liberdade gerou 1.600 novos empregos, acumulando quase 15 mil contratações formais de janeiro a maio conforme dados do Ministério do Trabalho. “Possuímos 85 mil pessoas empregadas formalmente, o que equivale a 35% da população. Marília avança em qualidade de vida, em estrutura urbana e na oportunidade do crescimento profissional e empresarial. A renda média dos trabalhadores é de R$ 3.300,00 – correspondendo a dois salários-mínimos e meio”, destacou Daniel Alonso. O produto interno bruto da região de Marília foi o que apresentou maior crescimento em todo o Estado de São Paulo em 2022, conforme informação da Fundação Estadual de Análise de Dados (Seade).
Entrementes, do discurso apregoado pelo prefeito mariliense à realidade nua e crua da periferia, há um longo delay, praticamente um abismo entre a riqueza e a miséria, por que o mundo fora do Ciesp é bem diferente.
As falas do prefeito de Marília soaram estranhas pelo menos à periferia que convive com falta de incentivo às políticas públicas mínimas para a garantia da qualidade de vida da população.
Uma prefeitura que tem arrecadação bilionária ao ano em muito está aquém do discurso falado para a realidade prática dos bairros periféricos e favelas.
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