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Entenda por que os EUA comandam Guantánamo, território que fica em Cuba

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (29) que assinará uma ordem executiva instruindo o Pentágono e o Departamento de Segurança Interna para redirecionar a prisão na Baía de Guantánamo, em Cuba, para abrigar 30.000 imigrantes que não puderam ser repatriados para seus países de origem.

Ele afirmou que a instalação seria usada para “deter os piores estrangeiros ilegais criminosos que ameaçam o povo americano“.

“Alguns deles são tão ruins que nem confiamos nos países para mantê-los porque não queremos que eles voltem, então vamos mandá-los para Guantánamo”, Trump acrescentou.

A instalação de detenção dos EUA conhecida como Baía de Guantánamo, na costa de Cuba, foi criada em 2002 pelo então presidente dos EUA George W. Bush para deter suspeitos após os ataques de 11 de setembro de 2001.

Embora a base seja mais conhecida por seu campo de detenção onde os Estados Unidos mantêm suspeitos de terrorismo, ela também abriga um centro de processamento de imigrantes.

Autoridades cubanas dizem que a base dos EUA é uma “ocupação ilegal” de seu território e deve ser devolvida à nação insular.

Por que os EUA comandam a Baía de Guantánamo, em Cuba?

Campo Delta de Guantánamo: público americano se divide sobre o que fazer com a prisão • Michelle Shephard/Getty Images

A base, às vezes chamada de “Gitmo”, está localizada no sudeste de Cuba, na costa da Baía de Guantánamo.

Os Estados Unidos vêm comandando os 72 quilômetros quadrados onde a base fica desde 1903. O local compartilha uma fronteira cercada de 27 quilômetros com Cuba.

Cuba arrendou o território para os EUA para a construção de uma estação naval. Em 1934, os países assinaram um acordo perpétuo que aluga 72 quilômetros quadrados de Cuba para os Estados Unidos por US$ 4.085 por ano. Dessa forma, os EUA só deixariam a região por mútuo acordo.

Em resposta aos ataques de 11 de setembro de 2001 e às operações militares subsequentes no Afeganistão, as instalações de detenção de imigrantes existentes em Guantánamo foram reaproveitadas para manter presos na “guerra contra o terror”.

Durante a administração do presidente George W. Bush (2001-2009), os Estados Unidos alegaram que os detidos da Baía de Guantánamo não estavam em solo americano e, portanto, não eram abrangidos pela Constituição dos EUA, e que o status de “combatente inimigo” significava que poderiam ter algumas proteções legais negadas.

Há 15 detidos na Baía de Guantánamo sob suspeitas ou crimes relacionados ao terrorismo, incluindo o mentor do 11 de setembro, Khalid Sheikh Mohammed

Mais de 700 pessoas foram mantidas presas em Guantánamo desde sua abertura. O pico populacional foi de 684 detentos em junho de 2003.

Segundo a organização Human Rights First, 500 detentos foram transferidos ou liberados durante a Administração Bush e 197 presos foram transferidos ou liberados durante a Administração Obama. Pelo menos nove detidos morreram sob custódia.

Linha do Tempo

1903 – A nova República de Cuba arrenda 72 quilômetros quadrados de terra na Baía de Guantánamo para os Estados Unidos para a construção de uma estação naval. A obra começa no mesmo ano.

1934 – Cuba e os Estados Unidos assinam um contrato de arrendamento perpétuo que aluga 72 quilômetros quadrados de Cuba para os Estados Unidos por US$ 4.085 por ano.

1991 – Aproximadamente 34.000 refugiados haitianos são detidos na base após fugirem de um golpe no Haiti.

1994-1995 – Mais de 55.000 cubanos e haitianos capturados no mar são mantidos em Guantánamo.

11 de janeiro de 2002 – Os primeiros detidos do Afeganistão e do Paquistão chegam às instalações temporárias do Campo X-Ray.

19 de abril de 2006 – Após um processo do Freedom of Information Act pela Associated Press, o Pentágono divulga a lista mais detalhada e extensa de detentos já fornecida. Ela indica os nomes e nacionalidades de 558 detentos que passaram por uma audiência na Baía de Guantánamo.

15 de maio de 2006 – O Departamento de Defesa divulga outra lista de detentos atuais e antigos para a AP. Essa lista de 759 nomes inclui todos que já foram mantidos em Gitmo, desde 2001. A lista não inclui os nomes de Khalid Sheikh Mohammed ou Ramzi Bin al-Shibh.

10 de junho de 2006 – Três detentos, Ali Abdullah Ahmed, Mani al-Habardi al-Utaybi e Yassar Talal al-Zahrani, são encontrados mortos em suas celas pelos guardas após aparentemente terem cometido suicídio.

6 de setembro de 2006 – O presidente Bush reconhece que a CIA manteve suspeitos de terrorismo em prisões secretas no exterior. Ele anuncia a transferência de 14 agentes da Al Qaeda capturados, incluindo Mohammed, Bin al-Shibh e Abu Zubaydah, para Gitmo.

15 de março de 2007 – Durante uma audiência militar, uma transcrição da confissão de Mohammed de ser o mentor dos ataques de 11 de setembro é divulgada.

20 de janeiro de 2009 – No dia de sua posse, o presidente dos EUA, Barack Obama, ordena que o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, peça aos promotores que solicitem suspensões de pena de 120 dias para que os casos de terrorismo em Guantánamo possam ser revistos.

22 de janeiro de 2009 – Obama assina uma ordem executiva para fechar a Baía de Guantánamo dentro de um ano.

13 de novembro de 2009 – O procurador-geral dos EUA, Eric Holder, anuncia que cinco detentos, acusados ​​de cumplicidade nos ataques de 11 de setembro, serão transferidos para Nova York para serem julgados em um tribunal civil

18 de novembro de 2009 – Obama anuncia que o centro de detenção da Baía de Guantánamo não será fechado até 22 de janeiro de 2010, devido a dificuldades na realocação dos prisioneiros.

15 de dezembro de 2009 – O governo Obama anuncia que entre 70 e 100 detidos serão transferidos para uma prisão vazia em Thomson, Illinois.

7 de março de 2011 – Obama anuncia que os Estados Unidos retomarão o uso de comissões militares para processar detidos na Baía de Guantánamo.

24 de abril de 2011 – Quase 800 documentos militares confidenciais dos EUA obtidos pelo WikiLeaks revelam detalhes sobre as supostas atividades terroristas de agentes da Al Qaeda capturados e alojados no centro de detenção.

18 de maio de 2011 – Um detido identificado como Inayatullah comete suicídio em sua cela.

8 de setembro de 2012 – Um detento é encontrado morto em sua cela.

13 de abril de 2013 – Detentos portando “armas improvisadas” entram em choque com guardas. Guardas respondem disparando “quatro tiros menos que letais”, de acordo com a Joint Task Force Guantánamo.

16 de maio de 2013 – O tenente-coronel do Exército Samuel House anuncia que 102 dos 166 detidos estão em greve de fome, com 30 sendo alimentados por tubos. Três foram hospitalizados.

23 de maio de 2013 – Em um discurso na Universidade de Defesa Nacional, Obama pede ao Congresso que feche o centro de detenção, dizendo: “Dada a busca incessante da minha administração pela liderança da Al Qaeda, não há justificativa além da política para o Congresso nos impedir de fechar uma instalação que nunca deveria ter sido aberta”.

Setembro de 2013 – O Office of the Director of National Intelligence divulga um relatório, dizendo que alguns ex-detentos estão retornando à atividade terrorista após serem soltos. O estudo diz que dos 603 detentos que foram soltos, 100 deles retomaram a luta contra os Estados Unidos.

15 de abril de 2016 – O Departamento de Defesa anuncia a transferência de 15 detentos para os Emirados Árabes Unidos. É a maior transferência desde que Obama assumiu o cargo.

30 de janeiro de 2018 – O presidente dos EUA, Donald Trump, assina uma ordem executiva para manter aberto o centro de detenção e abre as portas para o envio de novos prisioneiros.

12 de fevereiro de 2021 – A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, indica durante uma coletiva de imprensa que o governo Joe Biden pretende fechar o centro de detenção da Baía de Guantánamo, que abriga aproximadamente 40 prisioneiros, até o final de seu mandato.

7 de setembro de 2021 – O Talibã anuncia a formação de um governo interino linha-dura para o Afeganistão. Quatro homens que recebem altos cargos no governo são ex-detentos de Guantánamo, que foram libertados como parte da troca de prisioneiros de 2014 pelo ex-soldado do Exército dos Estados Unidos “Bowe” Bergdahl.

Com informações da CNN Internacional.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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