O papa Francisco recebeu alta do Hospital Gemelli, em Roma, neste domingo (22), após 38 dias de internação. O pontífice, de 88 anos, enfrentou momentos críticos durante sua hospitalização, gerando apreensão entre os fiéis e na comunidade católica mundial.
Filipe Domingues, especialista em Vaticano, analisou o cenário da Igreja Católica após a alta do papa no Agora CNN. Segundo ele, a previsão dos médicos é de que Francisco precise passar por um processo intenso de recuperação durante pelo menos dois meses.
Flexibilidade da Igreja e adaptações
Domingues ressalta que a Igreja Católica é bastante flexível em situações como essa. “Se a gente lembrar do pontificado do papa João Paulo II, ele ficou muitos anos numa situação de saúde bastante instável. Ele tinha Parkinson, então aparecia, continuava rezando, mas a Igreja vai se adaptando”, explica o especialista.
O Vaticano deverá encontrar soluções para manter as atividades da Igreja em andamento, mesmo com as limitações impostas pela saúde do pontífice. Os médicos recomendaram que o papa evite encontros com muitas pessoas e mantenha um estilo de vida mais tranquilo nos próximos meses.
Continuidade das reformas e legado
Apesar das questões de saúde, o papa Francisco continua empenhado em promover reformas na Igreja Católica. Recentemente, ele aprovou um novo processo de três anos para considerar mudanças na instituição, dando continuidade ao chamado “sínodo da sinodalidade”.
Esse processo, que envolve consultas amplas e participação das igrejas locais, pode ser visto como uma forma de consolidar o legado de Francisco. “Pode ser essa grande esperança dele de continuar esse processo ele mesmo, mas também pode ser uma forma de legado, algo que ele queira deixar para o futuro, para o seu sucessor”, analisa Domingues.
Com a volta do papa Francisco à Casa Santa Marta, no Vaticano, espera-se que ele mantenha uma rotina mais restrita, seguindo as recomendações médicas. No entanto, o pontífice é conhecido por sua personalidade ativa, o que pode representar um desafio para sua recuperação.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br