O helicóptero Black Hawk que colidiu com um avião de passageiros em Washington na última quarta-feira (29) estava em um voo de treinamento ao longo de uma rota que é central para uma missão militar raramente discutida — o transporte de autoridades importantes a um local seguro no caso de um ataque contra os Estados Unidos –, disseram autoridades.
A missão militar, conhecida como “continuidade de governo” e “continuidade de operações”, tem o objetivo de preservar a capacidade de operação do governo dos EUA.
Na maioria dos dias, equipes como a que foi morta na quarta-feira transportam VIPs por Washington, repleta de tráfego de helicópteros.
Mas o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, revelou os vínculos da tripulação do Black Hawk com a missão durante uma entrevista coletiva na Casa Branca na última quinta-feira (30), dizendo que eles “estavam em uma rotina anual de retreinamento de voos noturnos em um corredor padrão para uma missão de continuidade do governo”.
Ainda assim, pouco dessas missões é discutido publicamente.
Os três soldados mortos na colisão faziam parte do 12º Batalhão de Aviação de Fort Belvoir, na Virgínia, cujas responsabilidades em uma crise nacional incluem a retirada de autoridades do Pentágono. Outras 64 pessoas morreram no avião de passageiros.
A tripulação do Black Hawk, que usava óculos de visão noturna, realizou o voo de treinamento ao longo do Rio Potomac em um caminho conhecido como Rota 4. À medida que o Exército é investigado por operar à noite perto de um aeroporto movimentado, as autoridades têm apontado para as operações sensíveis do batalhão.
“Parte de sua missão é apoiar o Departamento de Defesa se algo realmente ruim acontecer nessa área e tivermos que deslocar nossos líderes seniores”, disse Jonathan Koziol, chefe de gabinete da Diretoria de Aviação do Exército.
Voos de emergência do 11 de setembro
A última vez que se sabe que o governo dos EUA ativou uma missão de continuidade de operações em uma emergência foi em 11 de setembro de 2001, quando sequestradores da Al Qaeda jogaram aviões contra o World Trade Center em Nova York e o Pentágono, matando quase 3.000 pessoas.
A Reuters conseguiu estabelecer algumas das atividades do 12º Batalhão de Aviação naquele dia.
“O batalhão ajudou a transportar alguns líderes seniores para fora de Washington, D.C., para ‘esconderijos’”, disse Bradley Bowman, ex-oficial de aviação do Exército que voou em 11 de setembro como parte do 12º Batalhão de Aviação.
Naquela noite, Bowman voou em um Black Hawk para pegar o então secretário adjunto de Defesa, Paul Wolfowitz, em um desses locais e levá-lo de volta ao Pentágono.
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Avião colidiu com helicóptero em Washington na quarta-feira (29) • Reuters
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Avião colidiu com helicóptero em Washington na quarta-feira (29) • Andrew Harnik/Getty Images
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Avião caído no rio após colisão com helicóptero. • Andrew Harnik/Getty Images
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Mapa mostra rota do avião da American Airlines e do helicóptero Black Hawk do Exército dos EUA • Murillo Ferrari
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Buscas após acidente aéreo em Washington • 30/1/2025 Divulgação via REUTERS
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Equipes de busca trabalham após colisão do voo 5342 da American Eagle e um helicóptero Black Hawk que caíram no Rio Potomac • 30/1/2025 REUTERS/Carlos Barria
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Equipes fazem buscas em destroços de avião e helicóptero após colisão nos Estados Unidos • Reuters
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Barco de equipes de resgate próximo a destroços de helicóptero militar após colisão com avião de passageiros nos Estados Unidos • Reuters
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Esquipes de resgate atuam após colisão entre avião e helicóptero nos Estados Unidos • Reuters
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Imagens aéreas da Maxar mostram destroços de aeronaves após colisão entre helicóptero e avião nos Estados Unidos • Maxar
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Imagens aéreas da Maxar mostram destroços de aeronaves após colisão entre helicóptero e avião nos Estados Unidos • Maxar
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Modelo do Helicóptero H-60M Black Hawk que colidiu com avião na noite de quarta-feira (29) nos EUA. • Reproudução
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Modelo da aeronave Canadair Regional Jet 700 que colidiu com helicóptero nos EUA. • Reprodução
Fonte: www.cnnbrasil.com.br