A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou neste domingo (16) que o fato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falar em anistia antes do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) é o mesmo que confessar a gravidade dos crimes pelos quais é acusado.
“Persistir no ataque às instituições e falar em anistia para quem ainda será julgado significa, na prática, confessar a gravidade dos crimes cometidos contra o estado de direito e a democracia”, escreveu Gleisi em uma publicação do X (antigo Twitter).
Na manhã deste domingo, no Rio de Janeiro, deputados, senadores e governadores participaram de ato com o ex-presidente e pediram “anistia já”. Outro foco dos discursos foi o processo de investigação e julgamento de Bolsonaro por suposta trama golpista.
Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que a acusação por tentativa de golpe foi uma “historinha inventada” e sugeriu que a condenação por 17 anos de prisão para quem estava na praça dos Três Poderes no dia dos atos antidemocráticos é para justificar 28 anos de prisão para ele.
“A denúncia da PGR contra os comandantes da tentativa de golpe de estado é contundente: um ex-presidente da República tramou contra o processo eleitoral e a soberania das urnas ao longo de quase dois anos, culminando com os atentados de 8 de janeiro”, disse a ministra.
A petista também defendeu o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após declaração do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) que, durante o ato no Rio, questionou se é o “medo de perder” as eleições de 2026 que fez com que Bolsonaro fosse “afastado” das urnas.
“Não é Lula que tem medo de perder, governador Tarcísio. É Bolsonaro que tem medo da prisão”, retrucou Gleisi.
Outros ministros
Além de Gleisi, outros ministros do governo Lula também se manifestaram sobre os atos bolsonaristas realizados neste domingo.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que as manifestações tiveram como objetivo reunir bolsonaristas para pedir a anistia dos crimes pelos quais Bolsonaro é acusado.
“Hoje, o inelegível reúne seus seguidores para mobilizar pela anistia para os seus crimes. Caso essa onda pegue, Fernandinho Beira Mar e outros poderão se mobilizar igualmente pelo perdão para os seus crimes”, escreveu.
Já Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), publicou uma imagem de comício no largo da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, para pedir eleições diretas. “Democracia Sempre! Sem Anistia!”, publicou.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br