O Hamas está “estudando” uma proposta israelense para um cessar-fogo em Gaza, que resultaria na libertação de 10 reféns em troca de centenas de prisioneiros e detidos palestinos, informou uma autoridade do grupo militante à CNN.
A proposta, recebida pelo Hamas na segunda-feira (14), descreve uma estrutura inicial para uma trégua de 45 dias no território palestino, durante a qual os dois lados buscariam negociar um cessar-fogo permanente, continuou a autoridade.
A proposta israelense também prevê o desarmamento de Gaza, anteriormente uma linha vermelha para o Hamas. Ela não inclui a garantia do fim permanente da guerra, que o grupo exigiu como parte de um acordo abrangente.
A autoridade do Hamas afirmou que o grupo não concordará com nenhuma proposta de cessar-fogo israelense que exija seu desarmamento ou que preveja o retorno das forças israelenses a Gaza após uma retirada inicial, tornando improvável que o grupo a aceite.
A oferta marca a primeira proposta de Israel para trazer reféns de volta desde que a guerra foi retomada em março.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está sob intensa pressão das famílias dos reféns e de um número crescente de reservistas militares para chegar a um acordo.
A CNN entrou em contato com autoridades israelenses para obter comentários.
Nova proposta para libertação de reféns e detidos
Segundo a proposta, os reféns seriam soltos em etapas, começando pelo israelense-americano Edan Alexander no primeiro dia da trégua, como um “aceno especial” aos Estados Unidos, afirmou a autoridade do Hamas.
Outros nove reféns israelenses seriam soltos em duas etapas em troca de 120 prisioneiros palestinos que cumprem penas perpétuas e mais de 1.100 detidos mantidos sem acusação desde 7 de outubro de 2023, acrescentou.
A proposta de Israel também exige que o Hamas forneça informações sobre os reféns israelenses vivos restantes mantidos pelo grupo, “em troca de informações sobre os detidos palestinos”, e a libertação dos corpos de 16 israelenses em troca dos restos mortais de 160 palestinos mantidos por Israel.
O “cessar-fogo temporário com duração de 45 dias” também incluiria a cessação das operações militares e a entrada de ajuda em Gaza, bem como “um mecanismo acordado para garantir que a ajuda chegue somente a civis”, declarou a autoridade.
A proposta também abrange a entrada de equipamentos necessários para abrigar palestinos deslocados em Gaza.
Uma delegação do Hamas se reuniu com mediadores egípcios e catarianos no Cairo no fim de semana.
Israel não reconheceu publicamente se enviou uma equipe para as negociações.
Desde o início de março, Israel cortou o fornecimento de ajuda humanitária, incluindo alimentos, a Gaza. Agências de ajuda humanitária alertam que a situação dos 2 milhões de civis da faixa se deteriorou perigosamente, agravada somente pelas intensas operações militares israelenses.
A decisão de Israel de bloquear a ajuda ocorreu antes de sua nova ofensiva militar, no que disse ser uma tentativa de pressionar o Hamas a libertar mais reféns e impor novas condições ao cessar-fogo em vigor na época.
Mais de 1.500 palestinos foram mortos em Gaza desde meados de março, conforme o Ministério da Saúde do território.
Segundo a nova proposta de cessar-fogo, o exército israelense se retiraria por sete dias de partes de Gaza, incluindo a cidade de Rafah, no sul, e algumas áreas do norte e do leste da Cidade de Gaza, segundo a autoridade do Hamas.
Retomada dos ataques em Gaza
Desde o início de março, Israel cortou o fornecimento de ajuda humanitária, incluindo alimentos, a Gaza.
Agências de ajuda humanitária alertam que a situação dos dois milhões de civis do território se deteriorou perigosamente, agravada apenas pelas intensas operações militares israelenses.
A decisão de Israel de bloquear a ajuda ocorreu antes de sua nova ofensiva militar, no que disse ser uma tentativa de pressionar o Hamas a libertar mais reféns e impor novas condições ao cessar-fogo em vigor na época.
Mais de 1.500 palestinos foram mortos em Gaza desde meados de março, conforme o Ministério da Saúde do território.
Segundo a nova proposta de cessar-fogo, o exército israelense se retiraria por sete dias de partes de Gaza, incluindo a cidade de Rafah, no sul, e algumas áreas do norte e do leste da Cidade de Gaza, ainda segundo a autoridade do Hamas.
A proposta de Israel também “estipula o desarmamento da Faixa de Gaza” e negociações sobre uma “declaração de cessar-fogo permanente”, a ser iniciada no terceiro dia da trégua, explicou a fonte à CNN.
“As negociações para um cessar-fogo permanente devem ser concluídas em 45 dias”, após o qual os reféns israelenses restantes mantidos pelo Hamas, tanto vivos quanto mortos, seriam entregues a Israel, continuou.
“Passos estão em andamento” para chegar a um acordo
A autoridade israelense havia dito anteriormente à CNN que a proposta mais recente de Israel exigiria a libertação de 10 reféns de Gaza, bem como a libertação de Alexander, como um aceno ao presidente Donald Trump.
Conforme a autoridade israelense, a proposta incluiria fases durante as quais o Hamas forneceria informações sobre todos os outros reféns restantes.
No domingo (13), o gabinete de Netanyahu afirmou que “medidas estão em andamento” para chegar a um novo acordo de cessar-fogo para os reféns em Gaza, ao falar com a família do refém Eitan Mor.
Um dos grupos que representam as famílias dos reféns, o Fórum Tikva, confirmou a conversa e disse que Netanyahu havia atualizado a família Mor “sobre o andamento das negociações para a libertação de 10 reféns vivos”.
A mídia israelense também noticiou que as negociações visam a libertação de 10 reféns, mas o gabinete do primeiro-ministro não confirmou o número.
A CNN está trabalhando para confirmar outros detalhes da proposta apresentados pelo representante do Hamas.
Também no domingo, Mahmoud Mardawi, alto funcionário do Hamas, afirmou no Telegram que, embora o grupo tenha uma atitude positiva em relação a qualquer proposta “baseada na interrupção da agressão e na retirada das forças de ocupação… não aceitaremos uma mudança para um processo fragmentado, limitado a um acordo de comida por prisioneiros (reféns)”.
A CNN noticiou na semana passada que os mediadores ficaram frustrados com a decisão de Netanyahu de afastar os profissionais de segurança nacional de carreira que lideravam a delegação israelense nas negociações, em favor de seu conselheiro mais próximo, Ron Dermer.
Eles afirmam que a medida desacelerou as discussões para ressuscitar o cessar-fogo rompido.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br