Um homem na faixa de 40 anos adotou a dieta carnívora visando a perda de peso. Seus hábitos alimentares incluíam uma alta ingestão de gorduras, barras de manteiga e gordura adicional incorporada em hambúrgueres. O nível do colesterol chegou a níveis tão altos que ele começou a “vazar” colesterol pelas palmas das mãos, solas dos pés e dos cotovelos.
O caso foi relatado em artigo publicado na revista científica JAMA Cardiology em janeiro. Segundo o trabalho, o nível de colesterol do homem excedeu 1000 mg/dL (miligrama por decilitro) — o nível considerado ideal para colesterol total é inferior a 190 mg/dL. O paciente recebeu o diagnóstico de xantelasma.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o xantalesma é uma condição caracterizada pelo depósito de gordura e colesterol que ocorre logo abaixo da superfície da pele, sendo relativamente comum, principalmente entre adultos.
O xantelasma não causa sintomas além das pápulas amareladas na pele, que devem ser tratadas precocemente para não crescerem de forma progressiva. O tratamento é feito por meio de cirurgia da pele, com remoção e sutura sob anestesia local, de acordo com a SBD. Além disso, técnicas como ácidos, laser ou eletrocoagulação também podem ser utilizadas para tratar a condição.
O que é dieta carnívora?
A dieta carnívora é baseada no consumo exclusivo de proteína de origem animal, como carne bovina, de frango, de porco, ovos, peixes e laticínios ricos em gordura, como manteiga e queijos amarelos. Ela ficou conhecida como uma opção para quem deseja emagrecer e controlar os níveis de açúcar no sangue.
A nutricionista Karoline Schast, da Faculdade Evangélica do Paraná, ressalta que, embora a dieta possa, de fato, trazer alguns resultados iniciais, como a perda de peso, os efeitos a longo prazo podem ser prejudiciais. Segundo ela, o corpo perde acesso a nutrientes essenciais e há um desequilíbrio em processos metabólicos fundamentais.
O excesso de proteínas e gorduras animais pode aumentar significativamente os níveis de colesterol LDL, o chamado “mau colesterol”, elevando os riscos de problemas cardiovasculares, como aterosclerose e infartos. Para Schast, o consumo elevado de carne, especialmente vermelha e processada, pode ser devastador para a saúde do coração. Além disso, há maior risco de sobrecarga dos rins devido ao excesso de proteínas.
*Com informações de Priscila Carvalho, em colaboração para a CNN
Fonte: www.cnnbrasil.com.br