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Human Rights Watch denuncia violações de direitos humanos na Venezuela

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A organização americana Human Rights Watch (HRW) denunciou o regime do ditador Nicolás Maduro de assassinatos, desaparecimentos forçados e detenções arbitrárias após as eleições de 2024 na Venezuela. As conclusões estão em um relatório divulgado na última quarta-feira (30).

No documento, também há estímulos para outros governos apoiarem os esforços para responsabilizar os “autores de violações de direitos humanos”.

A organização disse ter recebido “informações confiáveis ​​sobre 25 assassinatos” ocorridos durante os protestos pós-eleitorais, a maioria deles “de pessoas com menos de 40 anos e em bairros de baixa renda”.

A CNN solicitou comentários do governo venezuelano sobre a reportagem, mas ainda aguarda resposta.

O ditador Nicolás Maduro negou anteriormente que as forças de segurança do governo sejam responsáveis ​​pelos assassinatos no contexto dos protestos eleitorais e atribuiu, sem provas, essas mortes a grupos de oposição apoiados pelos Estados Unidos, que por sua vez também culpam o governo.

A HRW, que afirmou que entrevistou 101 indivíduos, incluindo vítimas e suas famílias, testemunhas, defensores dos direitos humanos, jornalistas e outras fontes venezuelanas. Com isso, a ONG disse que reuniu evidências confiáveis ​​que implicam as forças de segurança venezuelanas em alguns desses assassinatos.

Já outras provas apontam para responsabilidade dos “coletivos”, grupos armados afiliados ao governo de Maduro.

O relatório observa que as autoridades declararam Maduro como vencedor “apesar de fortes evidências que dizem o contrário”. Durante seu mandato, ele sempre defendeu sua controversa vitória eleitoral.

Eeleitores da Venezuela vão às urnas de novo em menos de um mês, quando serão realizadas novamente as eleições regionais e parlamentares.

Relatório aborda controvérsias, perseguição e prisões

De acordo com o documento, o governo Maduro respondeu aos protestos pós-eleitorais implementando a chamada “Operação toc-toc”, “um esforço para intimidar, assediar e reprimir críticos e manifestantes em todo o país, especialmente em áreas de baixa renda”.

O governo venezuelano “assassinou, torturou, deteve e fez desaparecer pessoas que defendiam a democracia na Venezuela”, acusou Juanita Goebertus, diretora da Divisão das Américas da HRW, em um comunicado.

O relatório afirma que, desde a votação de julho, mais de 2.000 pessoas ligadas aos protestos ou envolvidas em atividades de oposição e direitos humanos foram presas, e centenas foram acusadas de crimes como incitação ao ódio, resistência à prisão e terrorismo, que podem acarretar em penas de até 30 anos de prisão.

“Os detidos enfrentaram processos repletos de abusos”, enfatiza a HRW, alegando que as autoridades negaram repetidamente a detenção a indivíduos que já estavam presos ou se recusaram a fornecer informações sobre seu paradeiro aos familiares, entre várias outras violações do devido processo legal.

Maduro afirmou em agosto que mais de 2.000 pessoas foram presas em protestos pós-eleitorais — mais de 140 deles eram menores, de acordo com a organização Foro Penal.

Em novembro de 2024, o procurador-geral Tarek William Saab disse à CNN que 225 pessoas foram libertadas depois que o presidente citou possíveis “erros processuais”. Em março, o Ministério Público declarou ter libertado mais de 2.000 pessoas até o final de fevereiro.

Apelo a sanções

A HRW estimulou a comunidade internacional a impor sanções e apoiar o trabalho do Tribunal Penal Internacional — que está investigando possíveis crimes contra a humanidade no país — e da Missão Internacional de Investigação sobre a Venezuela, estabelecida pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU e com mandato renovado até outubro de 2026.

O relatório afirma que os esforços locais e internacionais “não conseguiram alterar os incentivos internos do regime de Maduro, que recompensam autoridades e forças de segurança abusivas para garantir sua lealdade, ao mesmo tempo em que punem, torturam e forçam críticos, opositores e até mesmo membros das forças de segurança que apoiam a democracia e os direitos humanos ao exílio”.

Segundo a organização, para desmantelar esses incentivos, os governos estrangeiros “devem apoiar totalmente os esforços para garantir a responsabilização dos perpetradores de violações de direitos humanos na Venezuela”.

“A comunidade internacional deve reafirmar seu compromisso com a democracia e os direitos humanos na Venezuela e pressionar para que o governo Maduro seja responsabilizado pelas atrocidades que cometeu”, instou Goebertus.

O relatório também observa que os países devem “explorar maneiras de limitar a assistência de governos estrangeiros à repressão na Venezuela”.

Ele também pede que o governo dos EUA restaure as fontes de assistência financeira às organizações da sociedade civil venezuelana, jornalistas independentes e outros que defendem a democracia e os direitos humanos.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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