O impasse do União Brasil sobre quem ficará na liderança da bancada do partido na Câmara dos Deputados tem emperrado a definição da ida de Pedro Lucas (MA) ao Ministério das Comunicações.
Líder do União na Câmara, o deputado Pedro Lucas foi convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a assumir a pasta das Comunicações no lugar de Juscelino Filho, também do União Brasil, após este ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas parlamentares.
Nos bastidores, o combinado seria que, com a saída de Pedro Lucas, Juscelino poderia assumir a liderança da bancada em seu lugar. No entanto, há resistências internas ao nome de Juscelino e parte da bancada prefere que Pedro Lucas continue na liderança, recusando o Ministério das Comunicações. Essa vontade tem sido ressaltada entre deputados do partido.
Um deputado do União disse à CNN ser preciso evitar uma “nova guerra interna”, já que a escolha do próprio Pedro Lucas levou meses após vários embates internos. Na época, quatro candidatos chegaram a ser cotados. Pedro Lucas foi escolhido após um acordo para evitar um processo de votação nominal.
Qualquer decisão ainda tem de passar pelo presidente nacional do União, Antonio Rueda, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), um dos nomes mais fortes do partido. Pedro Lucas conversou com ambos nesta terça-feira (22), mas nenhuma decisão foi anunciada ainda.
A expectativa inicial era de que Pedro Lucas assumisse o ministério após o feriado de Páscoa. No entanto, não há nada definido em termos de posse, por exemplo.
A bancada promoveu a reunião semanal de costume nesta terça. Porém, Pedro Lucas não compareceu e os deputados se focaram em discutir pautas a serem votadas no plenário da Câmara.
Dentro da bancada na Câmara, há quem avalie que o alongamento da indefinição está constrangedor tanto para o governo – já que quem fez o anúncio de Pedro Lucas para o ministério foi a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann – quanto para o próprio União Brasil.
Parlamentares também reclamam de a bancada não ter sido consultada previamente antes do anúncio do governo.
Outro fator que pesa na disputa é a vontade de uma ala do União já querer desembarcar logo do governo e ter uma candidatura presidencial própria em 2026. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, já se lançou como um nome do partido, embora não tenha unanimidade entre os correligionários.
*Colaborou Emilly Behnke, da CNN em Brasília
Fonte: www.cnnbrasil.com.br