As negociações nucleares entre o Irã e os Estados Unidos “não levarão a lugar algum” se Washington insistir que Teerã reduza sua atividade de enriquecimento de urânio a zero, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Majid Takhtravanchi, citado pela mídia estatal nesta segunda-feira (19).
O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, reiterou a posição de Washington no domingo (18) de que qualquer novo acordo entre os EUA e o Irã deve incluir um acordo para evitar o enriquecimento, um possível caminho para o desenvolvimento de bombas nucleares. Teerã afirma que seu programa de energia nuclear tem fins totalmente pacíficos.
“Nossa posição sobre o enriquecimento é clara e temos afirmado repetidamente que se trata de uma conquista nacional da qual não recuaremos”, disse Takhtravanchi.
Durante sua visita à região do Golfo na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que um acordo estava muito próximo, mas que o Irã precisava agir rapidamente para resolver a disputa de décadas.
Washington está complicando as negociações ao expressar opiniões em público diferentes do que é discutido em particular durante as conversas, declarou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã na segunda-feira.
“Apesar de ouvir declarações contraditórias dos norte-americanos, ainda estamos participando das negociações”, acrescentou Esmail Baghaei.
Espera-se que uma quinta rodada de negociações ocorra em Roma neste fim de semana, enquanto se aguarda a confirmação, disse uma autoridade iraniana à Reuters.
Durante seu primeiro mandato como presidente, de 2017 a 2021, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo de 2015 entre o Irã e as potências mundiais que impôs limites rígidos às atividades de enriquecimento de Teerã em troca de alívio das sanções internacionais.
Trump, que classificou o acordo de 2015 como unilateral em favor do Irã, também reimpôs sanções abrangentes dos EUA ao Irã. A República Islâmica respondeu aumentando o enriquecimento de urânio.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br