O Kremlin classificou o bate-boca de sexta-feira (28) entre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, como “sem precedentes”, acrescentando que isso mostra a dificuldade de acabar com a guerra no leste europeu.
Dmitry Peskov, porta-voz do governo da Rússia, argumentou que a discussão mostrou a falta de diplomacia de Zelensky. “(Foi) um evento sem precedentes, é claro. Zelensky demonstrou, em muitos aspectos, uma enorme falta de competências diplomáticas, no mínimo”, afirmou.
Peskov alegou também que o líder da Ucrânia não visa o fim do conflito. “O regime de Kiev e Zelensky não querem a paz. Eles querem que a guerra continue”, disse.
“Portanto, nesta situação, é claro, apenas os esforços de Washington e a prontidão de Moscou não serão suficientes”, acrescentou.
O porta-voz do Kremlin acrescentou que é preciso pressão para mudar a posição de Zelensky.
Trump e outras autoridades dos EUA tentaram pressionar Zelensky no fim de semana, insinuando que ele poderia precisar renunciar após a reunião tensa no Salão Oval. Líderes europeus demonstraram apoio ao presidente ucraniano.
Os combates continuam no leste europeu e o número de civis mortos aumenta na Ucrânia.
A Rússia nega consistentemente ter visado atingir infraestruturas civis e apontou para mortes no próprio território devido a ataques ucranianos.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.
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Fonte: www.cnnbrasil.com.br