O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (9) não querer uma “guerra” entre a China e os Estados Unidos e querer “compreensão” entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
“Os Estados Unidos, ao invés de querer brigar, poderiam sentar em torno de uma meta e fazer uma negociação. É isso. Não precisa ter guerra”, disse o presidente brasileiro. “Eu quero paz. Quero compreensão entre o Xi Jinping e o Trump, porque o mundo só terá ganhado por isso”, disse.
A declaração foi dada a jornalistas brasileiros em Honduras, após a cúpula presidencial da Comunidade dos Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac).
Lula lembrou das duas guerras mundiais e disse que “pode acontecer numa terceira loucura”. Porque hoje não é canhão, hoje não é rifle, hoje é bomba atômica”, afirmou.
O presidente brasileiro disse estar “preocupado com as decisões unilaterais do presidente dos Estados Unidos”. “Cada dia ele anuncia uma medida, cada dia ele fala uma coisa. Ou seja, nós não sabemos qual será o efeito devastador disso na economia”, expressou.
Lula disse que ainda não é possível determinar o impacto das tarifas impostas por Trump nem na própria economia americana. “Ninguém pode dizer que vai ser bom ou que vai ser ruim, porque é preciso saber quanto vai custar isso do ponto de vista do preço dos produtos, do ponto de vista da relação multilateral”.
Lula disse ser “cada vez mais visível que é uma briga pessoal [de Trump] com a China”. Ele se referiu à recente medida de Trump de elevar para 125% as tarifas contra o país asiático, enquanto reduziu as impostas para as demais nações para 10% por pelo menos 90 dias.
Lula defendeu o multilateralismo e criticou as tentativas de hegemonia militar, cultural ou econômica. “A melhor forma de você fazer um bom acordo é sentar numa mesa de negociação, sem hegemonismo. Sem prepotência, sem arrogância”, concluiu.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br