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Manifestantes do Congo atacam embaixadas na capital em escalada de conflito

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A polícia da República Democrática do Congo (RDC) disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes na capital, Kinshasa, nesta terça-feira (28), depois que embaixadas foram atacadas devido ao conflito no leste do país.

Os manifestantes atacaram embaixadas de países que acusam de cumplicidade no apoio de Ruanda aos rebeldes do M23, que tomaram a capital provincial, Goma.

Um diplomata europeu disse à Reuters que as embaixadas da França, Estados Unidos, Ruanda, Uganda e Quênia foram alvos dos manifestantes. As embaixadas da Bélgica e Holanda também foram atacadas, o governo holandês e a agência de notícias estatal belga.

O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot, disse em uma publicação no X que a embaixada francesa em Kinshasa foi atacada e pegou fogo brevemente, embora o incêndio tenha sido controlado.

“Tudo isso é por causa de Ruanda. O que Ruanda está fazendo é em cumplicidade com a França, Bélgica, Estados Unidos e outros. O povo do Congo está cansado. Quantas vezes devemos morrer?”, disse um manifestante à Reuters.

Protestos eclodiram por toda a cidade, com manifestantes queimando pneus e entrando em confronto com a polícia, que disparou gás lacrimogêneo para dispersá-los, disse um repórter da Reuters em Kinshasa.

Manifestantes do Congo atacam embaixadas na capital Kinshasa por conflito no leste do país
Manifestantes do Congo atacam embaixadas na capital Kinshasa por conflito no leste do país • Reuters

Rebeldes do M23 apoiados por Ruanda marcharam para a cidade oriental de Goma na segunda-feira, em uma grande escalada do conflito de três décadas.

Manifestantes atacaram a embaixada do Quênia e os soldados que estavam lá não os impediram, disse uma testemunha, enquanto o repórter da Reuters disse ter visto a embaixada de Uganda sendo saqueada.

Falando na TV nacional, o ministro das Comunicações do Congo, Patrick Muyaya, pediu aos manifestantes que parassem com seus ataques. Mais tarde, ele disse que a situação havia sido controlada.

“Temos todo o direito de expressar nossa raiva, mas vamos fazê-lo pacificamente. Não vamos atacar as infraestruturas consulares dos países credenciados no Congo “, disse ele.

Entenda o conflito no Congo

Uma insurgência liderada pelos rebeldes do M23 no leste da República Democrática do Congo se intensificou e chegou à cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, agravando a crise humanitária em uma região que sofreu duas guerras devastadoras entre 1996 e 2003.

É a pior escalada desde 2012 de um conflito de três décadas enraizado nas longas consequências do genocídio de Ruanda e no controle dos abundantes recursos minerais do Congo.

Quem é o M23?

O nome M23 se refere ao acordo de 23 de março de 2009, que encerrou uma revolta anterior liderada por tutsis no leste do Congo.

É o mais recente grupo de rebeldes liderados por tutsis étnicos apoiados por Ruanda, que têm causado tumulto no Congo desde o rescaldo do genocídio em Ruanda há trinta anos, quando extremistas hutus mataram tutsis e hutus moderados e depois foram derrubados pelas forças lideradas por tutsis que ainda dominam Ruanda.

O M23 acusa o governo do Congo de não cumprir o acordo de paz e integrar totalmente os tutsis congoleses ao Exército e ao governo.

O grupo também promete defender os interesses tutsis, particularmente contra milícias étnicas hutus, como as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), fundadas por hutus que fugiram de Ruanda após participar do genocídio de 1994 de quase 1 milhão de tutsis e hutus moderados.

Como começou a escalada recente?

Desde o início de 2025, os rebeldes do M23 tomaram novos territórios e chegaram a Goma, capital da província de Kivu do Norte, na segunda-feira (27), levando centenas de milhares de pessoas a fugir de suas casas.

Refugiados fogem do leste do Congo para Ruanda enquanto os combates aumentam na cidade de Goma
Refugiados fogem do leste do Congo para Ruanda enquanto os combates aumentam na cidade de Goma • Reuters

Por mais de um ano, o M23 controlou a região de mineração de coltan (um minério metálico opaco) de Rubaya, no Congo, gerando cerca de US$ 800 mil por mês por meio de impostos de produção, de acordo com a ONU. O coltan é usado na produção de smartphones e outros equipamentos.

A expansão do grupo para novos territórios nas últimas semanas dá espaço aos rebeldes para aumentar sua receita com mineração, dizem analistas.

Dezenas de soldados do Congo se renderam, mas alguns soldados e milicianos pró-governo estavam resistindo, disseram moradores e fontes da ONU.

Forças de segurança de Ruanda escoltam soldados das Forças Armadas da República Democrática do Congo que se renderam na cidade congolesa de Goma • Reuters

Moradores de vários bairros relataram disparos de armas de pequeno porte e algumas explosões fortes na manhã desta terça-feira (28).

A ONU e as potências globais temem que o conflito possa se transformar em uma guerra regional semelhante às de 1996-1997 e 1998-2003, que mataram milhões, principalmente de fome e doenças.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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