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Medicamento para baixar colesterol reduz o risco de demência, diz estudo

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A demência, uma doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro, com pouquíssimas opções eficazes para preveni-la ou tratá-la, pode ter seus riscos reduzidos por um medicamento extremamente comum: as estatinas.

Em um estudo recente, publicado na revista BMJ Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry, pesquisadores sul-coreanos descobriram que manter o colesterol “ruim” (LDL) em níveis baixos, mas não muito baixos, pode ser uma proteção contra a demência.

Segundo a pesquisa, essa proteção parece ser maior em pessoas que usam estatinas do que naquelas que têm LDL naturalmente baixo. Isso sugere que esses medicamentos para baixar os níveis de gordura no sangue podem ter efeitos protetores adicionais.

Embora os benefícios dos baixos níveis de LDL-C sejam conhecidos há longo tempo na proteção contra eventos cardiovasculares, sua relação com a demência tem sido menos clara. Não se conhece, principalmente, o limite abaixo do qual não há mais benefícios para reduzir o risco de declínio cognitivo.

Com isso, os autores destacam a complexidade do Colesterol da Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL-C), uma “figurinha carimbada” nos exames de sangue. Eles também questionam o princípio geral de “quanto mais baixo, sempre melhor”.

Assim, o objetivo geral do estudo atual foi “explorar a correlação entre os níveis de LDL-C e o risco de desenvolver demência, abrangendo demência por todas as causas e demência relacionada à doença de Alzheimer”. Trata-se de um estudo robusto, baseado em dados clínicos de 11 hospitais universitários.

Testando a relação entre colesterol “ruim” e demência

LDL-C abaixo de 70 mg/dL significa um risco 26% menor de diagnóstico de demência • Freepik

Para testar suas hipóteses, os autores analisaram dados ambulatoriais coletados entre 1986 e 2020 de mais de 12 milhões de pacientes adultos sem diagnóstico prévio de demência, acompanhados por pelo menos 180 dias após o teste de LDL-C no perfil lipídico.

O grupo inicial selecionado para o estudo de coorte “compreendeu 192.213 pacientes com níveis de LDL-C menores que 1,8 mmol/L (<70mg/dL) e 379.006 pacientes com níveis de LDL-C maiores que 3,4 mmol/L (>130mg/dL), e os combinaram em dois grupos de 108.980 pares.

As pessoas com níveis de LDL-C abaixo de 70 mg/dL tiveram um risco 26% menor de serem diagnosticado com demência por todas as causas e um risco 28% menor de demência relacionada à doença de Alzheimer, do que aqueles com níveis de LDL-C superiores a 130 mg/dL.

No entanto, quando os níveis de LDL caíam abaixo de a 54 mg/dL, os participantes apresentavam somente um risco 18% menor de contrair demência ou Alzheimer. Mas, se os níveis de LDL caíssem abaixo de 31 mg/dL, o efeito protetor desaparecia completamente.

Quando tratadas com estatinas, as pessoas com LDL-C abaixo de 70mg/dL tiveram uma redução adicional de 13% no risco de demência e 12% no risco de Alzheimer, em comparação com os não usuários do medicamento.

Segundo os autores, mesmo nos pacientes com níveis mais altos de LDL-C, as estatinas reduziram ligeiramente o risco de demência. No entanto, a medicação não teve qualquer efeito naqueles com níveis de LDL-C abaixo de 55 mg/dL.

Por que colesterol e estatina reduzem o risco de demência?

As estatinas regulam os níveis da proteína beta-amiloide que formam as placas no Alzheimer • YaleMedicine

Para os autores, altos níveis de LDL-C provocam inflamação, estresse oxidativo e desequilíbrio no colesterol cerebral, fatores implicados no surgimento da demência. Já o colesterol baixo reduz o risco de aterosclerose e doença cerebrovascular, precursores do declínio cognitivo.

As estatinas, por sua vez, melhoram a função das células do revestimento interno dos vasos sanguíneos, reduzem a neuroinflamação e regulam os níveis da proteína beta-amiloide, cuja acumulação tóxica forma as placas características do Alzheimer.

“Isso sugere que as estatinas podem ter efeitos neuroprotetores além de simplesmente reduzir o LDL-C, possivelmente por meio de um mecanismo anti-inflamatório ou vascular”, explica a CEO da Re:Cognition Health, Emer MacSweeney, ao Medical News Today.

Ela adverte que o efeito observado foi modesto, e a confirmação da efetiva causalidade dependerá de mais estudos. Mas, mesmo sem provas de que o LDL-C baixo reduz o risco de demência, manter esses níveis abaixo de 100 mg/dL é recomendado para proteção cardiovascular, alertou.

Para a neurorradiologista consultora, que não participou do estudo, a manutenção de níveis saudáveis de LDL-C e otimização dos benefícios cognitivos, o ideal é manter uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis como azeite, nozes e peixes gordurosos.

Lembrando que a terapia com estatinas só deve ser considerada se houver indicação de um médico, MacSweeney aconselhou alguns itens da cartilha da saúde preventiva, como atividade física regular, evitar tabagismo, limitar consumo de álcool, controlar o peso e monitorar a hipertensão e o diabetes.

Este estudo dos pesquisadores da Universidade Hallym, em Chuncheon na Coreia do Sul, traz importantes implicações para o tratamento preventivo da demência. O destaque é o papel duplo das estatinas na proteção cardiovascular e, potencialmente, também na neurológica.

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Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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