O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), se reuniu com a vereadora Sandra Santana (MDB), para discutir o projeto de lei (PL) 32/2025, que altera a Lei nº 13.241, de 12 de dezembro de 2001, para incluir o transporte por teleférico como modalidade de transporte coletivo na capital paulista.
A ideia apresentada ao prefeito sugere implantar o teleférico na região da Brasilândia, na zona norte de São Paulo.
“Você que é da região da Brasilândia, que mora em um lugar bem alto, estou aqui com a vereadora Sandra Santana, nossa querida. Estamos aqui fazendo um projeto bacana, viu? Não vou contar, não. Logo, logo vocês vão ver”, diz Nunes em um vídeo do encontro, publicado por Sandra no Instagram na quarta-feira (26).
De acordo com o projeto da vereadora, Brasilândia seria o local escolhido por ter “uma topografia acidentada e uma forma geométrica que se eleva abruptamente em relação ao restante da cidade, tornando o acesso e a mobilidade extremamente desafiadores”.
“A área é marcada por ruas estreitas e íngremes, que dificultam o trânsito e o transporte de cargas e passageiros, exacerbando as dificuldades enfrentadas pelos moradores”, continua a vereadora na justificativa da proposta.
O teleférico
O projeto visa atender a capacidade de dez pessoas dentro da cabine do teleférico, que teria 4,6 km de extensão e percorreria uma velocidade média de 18 km/h.
A expectativa é de que 3.210 passageiros possam ser atendidos por hora em dois sentidos. A previsão ainda é que o transporte tenha 15 segundos de intervalo entre cada veículo.
Para a vereadora, o teleférico melhoraria a mobilidade urbana e “também promoverá uma maior integração social e econômica da região com o centro urbano”, o que resultaria em “oportunidades ampliadas para os moradores, impulsionando o desenvolvimento local e contribuindo para a redução das desigualdades regionais, já que será interligada a pontos estratégicos de deslocamento da população, como o Metrô, terminais de ônibus, estações de trens, dentre outros”.
Durante campanha eleitoral para a Prefeitura de São Paulo em 2024, o então candidato Pablo Marçal (PRTB), adversário de Nunes na época, prometia construir um teleférico para operar na cidade e melhorar a mobilidade urbana no município.
“A gente precisa dar mobilidade para essa cidade, precisa gerar emprego para essa cidade. Isso vai diminuir a criminalidade, isso vai aumentar o desfrute, isso vai dar oportunidade pra muita gente e vai parar com esse caos, com esse trânsito parado, com esse ar poluído”, disse Marçal em entrevista à CNN na época.
A CNN questionou a assessoria da Prefeitura sobre comparações entre as propostas.
Como seria o sistema
Ainda segundo o PL 32/2025, o Sistema de Transporte por Teleféricos ser formado por:
- estações de embarque e desembarque distribuídas, prioritariamente, nas áreas de maior densidade populacional e pontos de conexão com o sistema de transporte público convencional (ônibus, metrô e trens);
- cabines com capacidade para transportar passageiros de forma segura e confortável, garantindo acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, em conformidade com as normas vigentes;
- equipamentos e infraestruturas necessários para garantir o funcionamento eficiente, seguro e sustentável do sistema, observando as diretrizes ambientais e de segurança exigidas pelas agências reguladoras e órgãos competentes.
Para o aval do projeto de lei, que foi apresentado na Câmara Municipal, Sandra Santana afirma que a SP Urbanismo — empresa pública vinculada à Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento — deverá ser consultada “quanto à adequação urbanística das propostas de implantação do Sistema bem como sobre as diretrizes para a implantação, operação e manutenção do sistema de teleféricos”.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br