O comentarista da CNN José Eduardo Cardozo e a ex-senadora e jornalista Ana Amélia Lemos discutiram, nesta quarta-feira (29), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se o governo deveria reagir às declarações do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Kassab disse que enxerga Haddad com dificuldades em se “impor no governo”. Segundo ele, ter um ministro “fraco” no comando da equipe econômica é não é um bom indicativo.
Em resposta, Haddad disse desconhecer as declarações do líder do PSD.
Para Cardozo, não há “necessidade” de reação do governo à fala de Kassab.
“Eu acho que o governo tem que pensar, sobre tudo o que está acontecendo, e também na fala do Kassab”, afirmou o comentarista. “Mas eu não creio, sinceramente, que a fala do Kassab exija reação”, prosseguiu.
“Essa ideia de ministro forte só existe com presidente nulo, e o presidente da República não é nulo”, complementou ele. “O presidente Lula é um homem ativo, que pensa na realidade, que intervém na realidade. Um ministro forte, diante de um presidente que não é nulo, é um ministro ouvido. O que não quer dizer o presidente necessariamente acate a posição do seu ministro.”
Ana Amélia, por sua vez, declarou que uma reação negativa do governo pode gerar uma perda de “pontos”, e que Haddad acaba tendo seu “poder dividido” com outros ministros.
“Se o governo reagir negativamente, perde pontos”, disse a ex-senadora. “Esse alerta do Kassab é verbalizar o que vai na cabeça dos agentes econômicos, seja do setor financeiro, bancário ou sistema industrial, comercial ou do agronegócio”, continuou.
“O ministro da Economia está tendo o poder dividido com outros ministros que falam sobre economia, mas não têm esse poder, como é o caso do ministro-chefe da Casa Civil [Rui Costa], que falou sobre os preços”, finalizou.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br