A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) fará uma reunião de emergência de presidentes, na quinta-feira (30), para discutir as deportações de imigrantes nos Estados Unidos pelo novo governo de Donald Trump.
O encontro foi convocado em “caráter urgente” por Honduras, que exerce a presidência rotativa do bloco, composto por 33 países da região.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá conversar com auxiliares, nesta segunda-feira (27), sobre sua eventual participação — ainda que remotamente — e fazer um balanço sobre os episódios envolvendo a deportação de imigrantes latino-americanos nos últimos dias.
A reunião da Celac está sendo organizada em caráter híbrido, mas a tendência no governo é que pelo menos o chanceler Mauro Vieira seja orientado para viajar a Honduras, segundo relatos feitos à CNN.
Em comunicado emitido neste domingo (26), o governo hondurenho avisou aos integrantes do bloco que a agenda do encontro será focada em três pontos:
- Migração
- Meio ambiente
- Unidade latino-americana e caribenha
O comunicado informa que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, já confirmou participação presencialmente.
Como Presidenta Pro Témpore (PPT) de la Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños (CELAC), convoco con carácter urgente a una reunión de presidentes y jefes de Estado; próximo jueves 30 de enero a las 11:00 a.m. (hora de Honduras). pic.twitter.com/vEXCwCZBQl
— Xiomara Castro de Zelaya (@XiomaraCastroZ) January 26, 2025
Petro barrou, neste domingo (26), o pouso de um avião americano com deportados colombianos. Ele anunciou que o país vai enviar sua própria aeronave para recolher os imigrantes expulsos dos Estados Unidos.
Em represália, Trump decidiu aplicar tarifas de importação de 25% sobre todos os produtos colombianos e suspender a emissão de vistos para cidadãos do país.
Petro também elevou as alíquotas de importação para mercadorias americanas na mesma medida e atacou Trump em suas redes sociais.
Ainda não há, por ora, perspectivas de telefonema entre Lula e Petro para discutir a situação. O presidente brasileiro não falou sobre as deportações de brasileiros nos últimos dias e deixou manifestações a cargo do Itamaraty e do Ministério da Justiça, que emitiram notas oficiais.
O Brasil deixou a Celac, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e voltou ao bloco em 2023, no primeiro ano do atual mandato de Lula.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br