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Pouco conhecido, câncer anal levou a 38 mil internações nos últimos 10 anos

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O câncer de ânus e do canal anal causaram mais de 38 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos dez anos, de acordo com números do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde (SIH/SUS) obtidos com exclusividade pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). Dados também mostram que houve mais de seis mil óbitos pela doença entre 2015 e 2023.

Segundo o levantamento, foram 38.196 internações por câncer de ânus e canal anal no país entre 2015 e outubro de 2024, e 6.814 mortes em decorrência desse tipo de tumor, entre 2015 e 2023.

“Dados do Sistema de Informações Hospitalares do Brasil, e também de outros países, como Estados Unidos, têm mostrado que a incidência do câncer de ânus cresceu nas últimas décadas. A conscientização da população frente ao problema e o conhecimento de que a prevenção e o diagnóstico precoce são possíveis ainda são fundamentais no combate à doença”, alerta Ana Sarah Portillo, diretora de comunicação da SBCP.

De acordo com Pedro Basílio, secretário-geral da SBCP, os casos de câncer anal aumentaram nos últimos anos, principalmente desde os anos 1990. “Isso aconteceu muito por conta da epidemia que vivemos de HIV, em função de que a contaminação por esse vírus ocorre da mesma forma da contaminação por HPV, que é o principal responsável pelo câncer no canal anal. Esses pacientes, além de apresentarem uma imunossupressão que favorece o desenvolvimento do HPV, são mais suscetíveis a terem o câncer”, explica.

Para o especialista, o câncer anal é um tumor pouco conhecido por ser pouco divulgado. “Recentemente, tivemos algumas pessoas públicas contraindo essa doença e divulgando, e isso trouxe um pouco mais à tona a discussão em torno do câncer do canal anal”, observa. A maior conscientização, segundo ele, é importante para aumentar a prevenção, que inclui o uso de preservativos em relações sexuais e a vacina contra o HPV.

Câncer silencioso

O câncer anal, geralmente, está relacionado à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido por meio de relação sexual sem preservativo, contato íntimo e compartilhamento de objetos sexuais sem a devida proteção.

Pessoas com sistema imunológico enfraquecido, fumantes e indivíduos com histórico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e de câncer de colo de útero também apresentam maior risco de desenvolver a doença, de acordo com a SBCP.

A preocupação em torno do câncer anal é que, em alguns casos, ele pode ser silencioso, ou seja, não apresentar sintomas. “No entanto, em muitos pacientes ocorre sangramento, o que, muitas vezes, pode ser confundido com a doença hemorroidária. As hemorroidas são provocadas pela dilatação das veias do ânus e do reto e podem provocar sangramento, mas não são causas de câncer”, alerta Sergio Alonso Araújo, presidente da SBCP.

“Outras condições como fissura, fístula e verrugas também podem causar sangramento anal, por isso é imprescindível consultar um coloproctologista aos primeiros sinais”, acrescenta.

Por isso, ficar atento aos principais sinais de alerta é fundamental para o diagnóstico precoce, além de manter o acompanhamento médico regular.

Sintomas e sinais de alerta

As primeiras manifestações da infecção pelo HPV são as verrugas, também chamadas de condilomas, na região genital, podendo ser única ou múltiplas. No entanto, nem sempre a infecção pelo vírus causa sintomas, o que aumenta o risco de transmissão em caso de relação sexual desprotegida.

“O vírus do HPV tem uma altíssima transmissibilidade e na maioria dos pacientes se comporta sem gerar sintomas. É uma infecção que damos o nome de latente, por ficar silenciosa no paciente hospedeiro por anos até gerar algum sintoma, seja ele verrugas ou o próprio câncer anal, tendo o último um tempo médio de 10-15 anos para surgimento em pacientes com sistema imune saudável, e mais precocemente em pacientes imunodeficientes”, afirma Portilho.

Além disso, os principais sintomas do câncer de ânus incluem:

  • Sangramento retal;
  • Coceira local;
  • Nódulo ou massa no ânus;
  • Alteração na forma e/ou consistência das fezes;
  • Incontinência fecal;
  • Aumento dos gânglios linfáticos na área do ânus ou virilha.

O câncer anal pode ser diagnosticado por meio de anuscopia, exame realizado com o uso de um aparelho chamado anuscópio, inserido no ânus para avaliar o canal anal. Também pode ser realizada a biópsia de tecido da região.

“O tratamento inicial do câncer anal é dado através de quimioterapia e radioterapia. A cirurgia, antigamente considerada primeira linha de tratamento e mais agressiva, fica reservada aos pacientes que apresentaram tumor residual após tratamento quimioterápico ou retorno da lesão após tratamento”, explica Lucas de Araujo Horcel, oncologista membro da SBCP.

Câncer de ânus: veja sintomas, causas e como prevenir

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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