O general Ulisses Mesquita Gomes, escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para comandar a missão de paz na República Democrática do Congo, disse à CNN nesta quinta-feira (6) que a prioridade da ONU é a proteção de civis.
Gomes embarca para a RD Congo no próximo sábado (8) e se mostrou honrado com o que chamou de privilégio de representar o Exército brasileiro.
“A minha estratégia hoje é utilizar a diplomacia militar, juntamente com o componente civil e o componente policial, para levar a paz ao país”, disse Gomes.
Além de uma solução política e diplomática para o conflito, o militar acredita na imposição de um embargo econômico contra apoiadores das milícias, uma vez que a região é rica em minérios como diamante e coltan, conhecido como ouro azul.
Para Gomes, o embargo é importante porque o grupo rebelde M23, que avança sobre parte da RD Congo e tem o apoio de Ruanda, se aproveita desses minerais.
“Existem casos e mais casos desse grupo armado avançando em campos de refugiados e desalojados. Eles vão lá, escravizam para usar na área de mineração, exploram sexualmente e transformam meninos em soldados para incrementar o contingente deles”, contou.
Segundo Gomes, a região concentra mais de 100 milícias, mas o diferencial do M23 é a estrutura.
“O M23 hoje possui todas as funções de combate que um exército regular possui. Comando e controle, sistema de manobra, logística, engenharia, proteção, artilharia antiaérea, utilização de drones além de controlar parte da comunicação. Isso é característica de um exército regular.”
Ruanda não negou e nem confirmou o apoio do país ao grupo armado.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br