O deputado federal Mário Heringer (MG), líder do PDT na Câmara, afirmou à CNN, nesta terça-feira (29), que se o ministro Carlos Lupi, da Previdência Social, for demitido, o partido também sairá da base do governo.
“E eu acho, sim, que se demitir o nosso presidente Lupi, nós queremos também sair desse compartimento político, porque esse compartimento político não trata com reciprocidade e fidelidade os seus”, declarou Heringer.
Para o parlamentar, a demissão do ministro seria o mesmo que abandonar os aposentados.
“Uma demissão do presidente do nosso partido — ele é um presidente licenciado, mas é o presidente do nosso partido —, um ministro do nosso partido, nas condições atuais, onde não há nenhum inquérito, o nome dele não está envolvido em investigação, no mínimo é para servir somente de desculpa e de remendo para uma situação que é uma situação muito grave. O aposentado não pode ser abandonado neste momento”, disse.
O nome de Lupi ganhou os holofotes em meio a uma operação da Polícia Federal (PF) contra um esquema bilionário de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deflagrada junto a Controladoria-Geral da União (CGU) na semana passada.
O ministro tem dito que após ter sido informado de que havia indícios de irregularidades, pediu, ainda em 2023, uma apuração sobre as denúncias.
A operação mirou um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. No total, as entidades teriam cobrado de aposentados e pensionistas um valor estimado de R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024.
“Nós conhecemos muito bem o nosso presidente, o nosso amigo Carlos Lupi. É um cara sério, um cara probo e, com certeza, muito diligente. O que pode estar parecendo, para algumas pessoas, são alguns conflitos que não foram muito bem explicados e hoje, na comissão, serão explicados. Pode ter certeza absoluta que não haverá recuo nessa defesa e que nós continuaremos mostrando a lisura do nosso comportamento”, afirmou Heringer .
Lupi participará de uma audiência na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados nesta tarde.
Até o momento, cinco servidores públicos foram exonerados de suas funções. Além disso, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em outros 13 estados.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br