O presidente Donald Trump reforçou nesta segunda-feira (24) a ideia de que os Estados Unidos deveriam assumir o controle da Groenlândia. Isso acontece após líderes do território semiautônomo dinamarquês criticarem uma viagem de uma delegação americana planejada para esta semana.
“Acho que a Groenlândia será algo que talvez esteja em nosso futuro”, afirmou o republicano a repórteres após uma reunião com autoridades de seu gabinete, destacando que o território é importante para a segurança nacional dos EUA.
Mute Egede, primeiro-ministro da Groenlândia que deixará o cargo em breve, chamou os planos de uma delegação americana de visitar uma base militar americana na região e participar de uma corrida de trenós puxados por cães de “provocação”,
Ele destacou que seu governo interino não se reunirá com o grupo.
Trump ressaltou que o governo dos EUA está trabalhando com “pessoas na Groenlândia” que querem que “algo aconteça”, mas não deu mais detalhes.
“Eles estão nos ligando. Nós não estamos ligando para eles”, comentou.
A visita da delegação americana, que acontecerá de quinta-feira (27) a sábado (29), será liderada por Usha Vance, esposa do vice-presidente JD Vance, e incluirá o conselheiro de Segurança Nacional da Casa, Branca Mike Waltz, e o secretário de Energia Chris Wright.
Ameaças de anexação da Groenlândia
Anexação da Groenlândia pelos EUA é um grande ponto de discussão desde que o filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr., fez uma visita privada à ilha em janeiro.
“Até recentemente, podíamos confiar nos americanos, que eram nossos aliados e amigos, e com quem gostávamos de trabalhar de perto. Mas esse tempo acabou”, disse o premiê Egede ao jornal local Sermitsiaq.
O Naalakkersuisut, como é chamado o governo da Groenlândia, está no poder de forma interina, após uma eleição parlamentar vencida pelos democratas em 11 de março, um partido que favorece uma abordagem para a independência em relação à Dinamarca.
Jens-Frederik Nielsen, líder dos democratas, pediu unidade política e criticou o momento da visita dos EUA durante as negociações de coalizão com eleições municipais previstas para a próxima semana.
“Não devemos ser forçados a um jogo de poder do qual nós mesmos não escolhemos fazer parte”, comentou Nielsen nesta segunda.
Brian Hughes, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, afirmou por sua vez que a visita tem como objetivo “construir parcerias que respeitem a autodeterminação da Groenlândia e promovam a cooperação econômica”.
“Esta é uma visita para aprender sobre a Groenlândia, sua cultura, história e pessoas e para participar de uma corrida de trenós puxados por cães que os Estados Unidos têm orgulho de patrocinar, pura e simplesmente”, concluiu.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br