Se tornar pai ou mãe de pet envolve diversas responsabilidades – entre elas o da saúde do bicho e aporte financeiro para tal. Nem sempre os tutores, no entanto, estão preparados para isso quando adotam ou compram os companheiros.
Em entrevista à CNN Portugal, Mafalda Correia, 31, contou sua experiência com Brown, seu cachorro de 11 anos diagnosticado com um câncer “muito agressivo”.
“Tive de começar um segundo emprego e me meti em coisas que viraram uma bola de neve: um cartão de crédito agora, um cartão de crédito depois. Ainda hoje, três anos depois, estou terminando de pagar um”, disse.
Em um primeiro momento, ela pediu ajuda às pessoas mais próximas. No entanto, o dinheiro não foi o suficiente e as contas – e as dívidas – começaram a se acumular, contou.
Mafalda chegou a fazer um plano veterinário para Brown, mas ele a limitava a alguns consultórios que davam três meses de vida para o companheiro. Ela então passou a buscar tratamentos alternativos, que a fizeram gastar cerca de 450 euros por mês. O cachorro viveu mais oito meses.
“Era para ajudar que aquilo que ela tinha não aumentasse. Para que tivesse alguma mobilidade, apetite, essas coisas”, recordou.
O veterinário Nuno Paixão destacou em entrevista à CNN Portugal a evolução da medicina veterinária – mas que veio também com um alto custo.
“Como se preocupam mais, também querem fazer mais, querem ir mais fundo, querem dar melhor qualidade de vida, querem ter maior probabilidade de salvar aquele animal. Só que, infelizmente, nem sempre o coração está ao lado de quem tem mais ou menos disponibilidade financeira”, refletiu.
Assim como Mafalda, Anabele Freire gastou todo o dinheiro guardado com a saúde dos gatos. Ela é tutora de três: Rafael Cali e Noah.
“Tinha um pé de meia, que gastei todo. Tive um gato com um problema na vista que teve de ser operado. A cirurgia, mais os tratamentos e a medicação pós-cirúrgica, passou dos mil euros”, contou à CNN Portugal.
“É o dinheiro de férias, é o dinheiro de Natal, por vezes o imposto de renda também ajuda um pouco. E quando há uma emergência, tenho de recorrer ao meu pai ou então atingir o limite que o banco me dá. Estou sempre com o coração nas mãos que surja algum imprevisto”, completou.
Para custear os cuidados, ela tem abdicado de muitas coisas, como jantares fora, compras supérfluas, entre outras coisas.
“Conheço muitas pessoas que se endividaram por causa dos animais, inclusive tiveram de pedir empréstimos bancários, dinheiro emprestado e ainda hoje estão pagando despesas de animais que já faleceram”, disse.
Além dos custos mensais que um pet demanda, os tutores precisam estar preparados para imprevistos, pois é uma conta que pode sair cara.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br